segunda-feira, 18 de junho de 2012

Vem aí a estatuinte do interventor Rodas

QUE O DCE CONVOQUE IMEDIATAMENTE UMA ASSEMBÉIA GERAL DOS ESTUDANTES!

     Está convocada para o dia 26 de junho uma reunião extraordinária do Conselho Universitário (CO). Em sua pauta, uma série de mudanças no estatuto da USP. Entre os pontos que podem ser alterados, estão os artigos 36 e 39, o primeiro tratando da eleição em lista tríplice do reitor, e segundo que impede os reitores e vice-reitores de se reelegerem. Ou seja, a estatuinte do Rodas pode servir a aprovação de um golpe, onde ele se reeleja por mais um mandato. Ou mais...
     Rodas utiliza o antidemocrático CO, ao apagar das luzes, já que nos encontramos em final de semestre, quando a universidade começa a esvaziar, para impor mudanças de acordo com seus interesses. Trata-se de mais uma medida autoritária, que pode tornar a estrutura de poder ainda mais retrógrada.
     Os estudantes e trabalhadores devem se organizar para impedir a realização desse CO extraordinário. Para isso, o DCE precisa convocar imediatamente uma assembleia geral dos estudantes, divulgar o que está acontecendo e articular os centros acadêmicos em torno de uma campanha unitária. Não dá para esperar até o XI Congresso, marcado para ocorrer em agosto,quando Rodas ataca agora.
     A resposta tem ser com mobilização. A assembleia geral dos estudantes é quem pode discutir e organizar essa resposta. É preciso chamá-la com uma convocação massiva. E ela deve aprovar:
     1) Inviabilização do C.O. da estatuinte golpista;
     2) Um chamado aos professores e funcionários de unificação ao redor desta luta;
     3) Uma campanha contra todas as medidas autoritárias e repressivas do reitor: fim dos processos contra estudantes e trabalhadores; não ao CARANDIRUSP (instalação de torres de vigilância e cancelas nas entradas); não ao novo massacre do Pinheirinho ao lado da USP (entrega da São Remo à PM).



Manifesto pelo fim dos processos, perseguições e prisões políticas contra os estudantes da Unifesp/Guarulhos

     A invasão policial da Unifesp/Guarulhos no dia 14 de junho, o ataque à manifestação por meio de tiros com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo e a prisão de 25 estudantes constituíram o ponto alto da escalada repressiva contra a greve. Os acontecimentos representaram a mais grave violação do direito democrático de manifestação coletiva. Evidenciaram a ausência da autonomia universitária.
     A greve que beira os 90 dias tem sido possível graças à compreensão dos estudantes de que não se pode admitir uma caricatura de universidade. E graças ao vigor com que o seu comando tem suportado todo tipo de pressão da burocracia universitária, de parte dos professores, da Justiça e da Polícia.
     No fundo do embate entre estudantes e o governo – o principal responsável pela situação de calamidade das instituições federais – se encontra a política educacional privatista e mercantil. Não por acaso, a greve com ocupação da universidade em Guarulhos teve confirmada sua justeza pela greve nacional nas IFES, que hoje abarca a sua quase totalidade.
     O movimento estudantil da Unifesp-Guarulhos se iniciou logo em sua inauguração, em 2007. De lá para cá, os estudantes não cessaram de protestar contra a paródia de ensino que lhes era e é imposta. Em 2008, os estudantes da linha de frente foram levados à barra da Justiça, que acabou por enquadrar 48 deles em um processo cuja penalidade é a de “formação de quadrilha”. Essa infâmia, garantida pelo governo do PT, não parou aí. Agora, no dia 6 de maio, a ocupação da universidade foi respondida pela prisão de 46 estudantes. O objetivo foi o de criar um precedente judicial para justificar uma repressão mais contundente. Esta viria a ocorrer no dia 14 de junho.
     A “leveza” democrática das primeiras prisões foi substituída pela violência policial, pelas ameaças e constrangimentos aos 25 estudantes presos. A criminalização do movimento estudantil que foi desfechada contra os estudantes da USP pelo governo estadual do PSDB, agora se estende para os lutadores da UNIFESP/Guarulhos pelas mãos do governo petista. Aqueles que vêm falando em “governo democrático e popular”, em “direitos humanos”, em “inclusão social” e em “ensino de qualidade” reagem com criminalizações, prisões e processos.
     Essa conduta autoritária reflete a defesa da política educacional privatista e mercantil materializada no PROUNI, REUNI, FIES, SISU, etc. Basta ver que a reforma universitária apregoada desde o início do governo Lula não fez senão impulsionar o sistema privado. O REUNI que poderia ser um instrumento progressivo de contraposição ao sistema mercantil, de fato, serviu tão somente de complemento à diretriz privatizante e de máscara ao apoio estatal aos empresários e igrejas por intermédio do PROUNI.
     A defesa da coexistência do ensino privado com o público, inevitavelmente, levou o governo petista a se curvar diante do domínio empresarial e confessional do sistema universitário.
     Os estudantes estão sendo criminalizados sob a acusação de depredarem o patrimônio público, pichação de área verde, constrangimento ilegal e formação de quadrilha. Por si só, esses absurdos assombrariam qualquer democrata burguês. No entanto, são utilizados sem mais nem menos contra os mais elementares direitos políticos dos estudantes se manifestarem.
     É falso que houve depredação. O movimento, ao contrário, tem com bandeira justamente a defesa das condições de ensino, em cuja base estão as instalações da instituição. Se há alguém que tem agido para preservar o patrimônio público, esse alguém é o movimento estudantil. Quem tem sucateado esse patrimônio são os governos. Pior ainda: têm depredado o principal patrimônio que é o trabalho do professor e as condições de estudo dos alunos. Quanto ao “constrangimento”, o que tem havido é o conflito entre a burocracia universitária repressiva e o movimento dos estudantes. As pichações fazem parte de uma situação excepcional em que a universidade está paralisada pela greve e, por isso, coloca a necessidade de afirmação de suas bandeiras de luta. Bem, quanto a “formação de quadrilha”, não passa de uma calúnia da Justiça.
     Querem nos criminalizar pelas falsificações, mentiras e calúnias.
     Isso se passa quando um governo não pode atender as reivindicações do movimento e tem como único recurso sufocá-lo pela repressão.
     O que o governo do PT está fazendo contra os estudantes da Unifesp/Guarulhos demonstra o fracasso do reformismo perante a crise da educação e, em particular, à falência do ensino público. Está aí por que o governo Dilma não atende as reivindicações dos professores e estudantes da IFES.
     Objetivamente, a luta dos estudantes das federais por condições de ensino se choca com a política privatista do governo federal.
     Chamamos a população trabalhadora e a juventude a se colocarem sob a bandeira do ensino público e gratuito, do acesso universal ao ensino superior, do fim do vestibular e da supressão do sistema privado. O que o Pais necessita para elevar a educação e cultura da juventude e de toda a população é a constituição de um sistema único, estatal, público, gratuito, científico e vinculado à produção social.
     Nesse exato momento da luta, temos pela frente a defesa da autonomia universitária, do controle coletivo da educação e fim de todos os processos e perseguições aos estudantes.
    Exigimos que o governo Dilma e o Reitor da Unifesp reconheçam a justeza de nossa luta, que retirem todos os processos, que acatem a autonomia universitária e que apresentem uma solução para as reivindicações.

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