quinta-feira, 20 de junho de 2013

Mobilização impõe revogação da tarifa dos transportes

Manifestações com centenas de milhares nas ruas impõem a revogação das tarifas aos governos do PT e PSDB

O movimento ainda tem tarefas: a redução das tarifas nas outras cidades do país! A libertação dos presos políticos e o fim da repressão policial!

Levantar as bandeiras de estatização sem indenização da rede privada de transporte e do salário mínimo vital (pelo menos 4 mil reais) reajustado automaticamente de acordo com a inflação!

Assembleias nos locais de estudo e trabalho! Construir um comando de luta e democrático a partir das assembleias de base! Paralisar as aulas para que todos possam ir às manifestações! Total liberdade de manifestação e expressão políticas!


O que se discute agora

prefeito de São Paulo, Haddad (PT), e o governador Alckmin (PSDB) foram juntos à imprensa anunciar a revogação do aumento das tarifas, que voltam a 3 reais a partir de 24/06. O prefeito do Rio de janeiro os acompanhou e também voltou atrás no aumento.

Foi uma conquista da mobilização, que obrigou os governos a voltarem atrás um dia depois de dizerem que isso era impossível. As massas vão tirar como lição disto que sua mobilização é o caminho para derrotar a intransigência governamental. A principal vitória é política. As massas em luta ganham confiança em sua própria força.

Os governantes disseram que a redução das tarifas terá consequências: aumentar o preço dos combustíveis ou elevar a arrecadação do IPTU, cobrando o imposto até mesmo das moradias mais humildes que hoje são isentas. O autoritário Alckmin afirma que os programas sociais terão cortes.

Os dois se negam a tocar nos lucros dos capitalistas dos transportes e despejam o custo sobre a população assalariada. O movimento terá de responder ao anúncio do governador e do prefeito de que terão de cortar gastos sociais e aumentar impostos. É preciso ter claro que a revogação dos aumentos não muda a situação de pobreza, miséria e penúria da maioria. Foi preciso um gigantesco movimento nacional para se obter uma pequena vitória econômica. Está claro que inúmeras reivindicações e palavras de ordem brotaram nas ruas contra a política burguesa. O MPL no entanto limitou a reivindicação à revogação do aumento das tarifas. Colocou-se de lado a bandeira de passe-livre para os estudantes e desempregados.

Que a revogação do aumento das tarifas recaia somente sobre os capitalistas! É preciso levantar a bandeira de ESTATIZAÇÃO SEM INDENIZAÇÃO DE TODA A REDE DE TRANSPORTE, e CONTROLE COLETIVO POR QUEM TRABALHA E USA! Os capitalistas já lucraram demais!

Unir a juventude aos trabalhadores para enfrentar capitalistas e governo!

A maioria que tem participado das manifestações vem da juventude, que é o setor mais atacado pelo aumento da tarifa. Mas o movimento ganhou apoio porque a maioria está engasgada com a carestia, principalmente sobre a alimentação! Os governos protegem os lucros dos capitalistas e descarregam a crise sobre os trabalhadores, com arrocho salarial e alta dos preços! É hora de defender a vida das famílias trabalhadoras! Levantemos a bandeira do SALÁRIO MÍNIMO VITAL (pelo menos 4 mil reais), reajustado automaticamente de acordo com a inflação (escala móvel)! Essa bandeira defende os assalariados em geral e pode trazê-los para um movimento conjunto com a juventude, elevando a luta ao ponto da paralisação da produção e confrontando capitalistas e governos de uma só vez!

Democracia no movimento! Direito de manifestação e expressão!

Está claro que o movimento de massas tem de poder escolher democraticamente seus rumos. Temos de convocar assembleias em todos os locais de estudo, trabalho e moradia, discutir e aprovar medidas de ação coletivas e eleger representantes (delegados) para construir um COMANDO GERAL DE MOBILIZAÇÃO, democrático e sob controle das bases!

E é preciso defender a liberdade e o direito de manifestação e expressão políticas de todos os agrupamentos, correntes e partidos que se reivindiquem do movimento. Não é admissível que se pretenda impedir o direito de comparecer com as camisetas, bandeiras e faixas dos partidos. O movimento só poderá avançar cada vez mais se for democrático e tiver LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO E EXPRESSÃO!

Defender o movimento do ataques dos governos

Alckmin e Haddad justificaram os ataques da tropa de choque como resposta ao vandalismo. Mas a afluência de milhares e milhares de jovens e populares nas ruas derrubou essa falsificação. O ódio de grupos desfechado contra patrimônios que representam o capitalismo e as instituições políticas da burguesia não foi obra das massas, que usaram o método coletivo de bloqueio de ruas, marchas, cerco aos órgãos do governos, etc. Está aí por que o movimento não assimilou as formas estranhas à luta coletiva e também combateu toda forma de intervenção policial. Agora, o governo e a polícia estão rastreando aqueles que foram taxados indevidamente de vândalos. Rechaçamos qualquer perseguição e punição àqueles que estiveram junto ao movimento.

Mesmo sem nenhum pretexto, no dia 13/06, a repressão foi endurecida brutalmente, com o uso das balas de borracha letais, gás, bombas e prisões de centenas. A tentativa do governo autoritário de Alckmin de tentar dispersar o movimento através do terror, no que foi ajudado pela imprensa burguesa mais reacionária (Globo, Estadão, Veja), se virou contra seus propósitos. A solidariedade aos reprimidos e a ânsia de protestar contra a alta dos preços protegida pelos governos levou centenas de milhares às ruas.

Se o discurso dos governos e de uma parte da imprensa mudou, a repressão ainda tem acontecido geralmente ao final das manifestações. A intransigência dos governos pode levá-los a se voltar à agressão aos manifestantes. É preciso defender FIM DA POLÍCIA NAS RUAS PARA CONTROLAR O MOVIMENTO! NENHUMA PUNIÇÃO/REPRESSÃO AOS MANIFESTANTES!

É tarefa do movimento manter-se em pé. Trabalhar por: 1. Politizar a juventude com bandeiras claras de luta; 2.conquistar a coesão política do movimento sob uma direção revolucionária; 3. responsabilizar o governo pela repressão; 4. defender o direito democrático de todas as correntes que se reivindicam do movimento e que o organizam a levantarem suas bandeiras

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Assembleia geral da USP: Paralisar as aulas para que todos possam ir às manifestações!

Movimento pela redução das tarifas leva meio milhão às ruas pelo Brasil

Manter os bloqueios das avenidas até a redução das tarifas!

Levantar as bandeiras de estatização sem indenização da rede privada de transporte e do salário mínimo vital (pelo menos 4 mil reais) reajustado automaticamente de acordo com a inflação!

Assembleias nos locais de estudo e trabalho! Construir um comando de luta e democrático a partir das assembleias de base! Paralisar as aulas para que todos possam ir às manifestações! Total liberdade de manifestação e expressão políticas!

O movimento pela redução das tarifas ganhou ampla adesão da população. A opressão causada pela carestia geral e principalmente nos gêneros de primeira necessidade criou as condições para uma insatisfação geral, que foi detonada pelo aumento nacional das tarifas do transporte. A ausência de uma direção política organizada e enraizada que pudesse dar expressão consciente a essa insatisfação levou a que se manifestasse das mais diversas formas, e com a adesão dos mais diversos setores.

Constituída fundamentalmente pela juventude, que é o setor mais atingido pelo aumento das tarifas, o movimento se expandiu. As quebras de vidraças e pichações, ações de pequenos grupos organizados que vêem nas atitudes individuais à margem das massas o canal de expressão, foram usados como pretexto pelos governos do PT e PSDB para uma dura repressão sobre as manifestações, que na sua grande maioria são pacíficas e pacifistas. Mesmo sem nenhum pretexto, a repressão foi endurecida brutalmente, com o uso das balas de borracha letais, gás, bombas e prisões de centenas. A tentativa do governo fascistóide de Alckmin de tentar dispersar o movimento através do terror, no que foi ajudado pela imprensa burguesa mais reacionária (Globo, Estadão, Veja), se virou contra seus propósitos. A solidariedade aos reprimidos e a ânsia de protestar contra a alta dos preços protegida pelos governos levou centenas de milhares às ruas. Os governos do PT e PSDB, intransigentes quanto à revogação do aumento da tarifa, foram colocados contra a parede. Não será possível manter a intransigência diante dos protestos multitudinários diários.

Coloca-se a discussão do que farão. Fiéis protetores dos interesses dos capitalistas, seus cães de guarda do PT e PSDB apresentam que o custo da redução da tarifa tem de cair sobre as mesmas massas que estão nas ruas. Ora propõem taxar o combustível (que levaria a um aumento geral de preços), ora propõem aumentar o IPTU e taxar até os mais pobres, que são isentos, ora propõem compensar as empresas com mais subsídios, que viriam do corte de outros serviços sociais. Sagrado para esses crápulas, o lucro dos empresários dos transportes não é tocado.

E aí está uma das limitações do Movimento Passe Livre. Ao reivindicar imediatamente a redução da tarifa e estrategicamente a gratuidade sem atacar a propriedade privada da rede de transporte, acabam deixando aberto o caminho para que capitalistas e seus governos busquem reacomodar os gastos de forma a despejar os custos sobre os assalariados. Não, o caminho tem de apontar que os capitalistas já lucraram demais, cabe a expropriação da rede privada e controle coletivo dos transportes por quem trabalha e usa. Essa bandeira, da estatização sem indenização, e controle soberano pela maioria, põe fim ao parasitismo capitalista sobre o direito e a necessidade de se locomover. É o caminho que permite baixar ou suprimir a tarifa penalizando os capitalistas, sem despejar seus custos sobre os assalariados.

E cabe também a defesa das condições de vida das massas. A resposta à carestia generalizada é a defesa de um salário mínimo vital (pelo menos 4 mil reais), que corresponda de fato às necessidades de uma família trabalhadora, e que seja reajustado automaticamente de acordo com os preços. A bandeira do salário mínimo vital responde às necessidades de sobrevivência da maioria oprimida, é uma bandeira geral que pode trazer a classe operária em massa para o movimento, projetando-o contra os capitalistas e seus governos, a partir da defesa imediata de suas condições de vida. A participação massiva da classe operária eleva o movimento qualitativamente para um patamar superior, porque coloca a possibilidade de atingir a produção, coração do capitalismo.

A democracia do movimento e a liberdade de manifestação

O movimento explodiu massivamente sem uma direção política organizada. O MPL tem discutido encaminhamentos por cima dos manifestantes com dirigentes do PSTU e PSol. Essa é uma forma burocrática de encaminhar as coisas. É preciso que o movimento expresse sua organização, suas bandeiras e seus métodos de luta a partir dos locais de estudo, trabalho e moradia. Convocar as assembleias gerais de base, discutir e encaminhar propostas, eleger representantes (delegados de base), constituir assim um amplo comando geral da mobilização, de forma a que a direção corresponda às amplas massas que estão nas ruas.

Repressão: Policia atira contra manifestação pacífica

E defender a mais ampla liberdade de manifestação e expressão. Há grupos dentro do movimento que têm condenado e até reprimido a manifestação política partidária, afirmando que estão lutando contra o aparelhamento do movimento. O direito e liberdade de manifestação e expressão deve ser garantido a todas as correntes e agrupamentos que se reivindicam do movimento. Os excessos são controlados coletivamente pelos manifestantes. A intimidação dos militantes que portam bandeiras e faixas serve à politicagem da burguesia, que tem nas suas mãos os instrumentos para levar às massas a sua propaganda enganosa, inclusive defendendo políticas opostas às das manifestações. Participar dos protestos com camisetas, bandeiras e faixas é parte da democracia e da liberdade de manifestação e expressão e deve ser defendida por todos.

Movimento na USP tem de se organizar

Passeata toma por completo avenida importante de São Paulo

Muitos estudantes que participam dos protestos são estudantes da USP. Mas até agora não houve uma intervenção organizada. A direção do DCE se opôs na última assembleia a paralisar as aulas para ir aos protestos. E também se opôs a uma nova assembleia geral, que ocorrendo no dia 12/06 poderia ter ajudado na organização de uma atuação maior e melhor.

A assembleia de 19/06 deve corrigir isso. Devemos aprovar a paralisação das aulas nos dias de protesto, de forma a garantir a maior adesão possível de estudantes, professores e funcionários nos atos. Fazer faixas da USP, levantando a defesa do movimento contra a repressão, a qual sofremos há meses por meio da ação da polícia e perseguição política judicial. Apoiar o movimento e ajudar a levá-lo adiante, empunhando a bandeira de expropriação da rede privada com controle coletivo, e salário mínimo vital reajustado automaticamente. Defender a democracia do movimento e a liberdade de manifestação e expressão, que são princípios que defendemos historicamente.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Passeata contra o aumento das tarifas em São Paulo

Passeata contra o aumento das tarifas

Prefeitura do PT/governo do PSDB taxam a maioria explorada e reprime as manifestações para garantir a alta lucratividade dos capitalistas dos transportes

Rechaçar o aumento do custo de vida com as bandeiras de defesa da vida das massas:

  • Salário mínimo vital com reajuste automático (escala móvel)!
  • Expropriação sem indenização do transporte coletivo sob controle dos trabalhadores e da população!
  • Passe livre para estudantes e desempregados!

O aumento do preço das passagens em São Paulo foi apontado pela prefeitura como inferior à inflação desde o último reajuste. Ocorre que as tarifas subiram, desde a implantação do Plano Real, o dobro da inflação. De R$ 0,65 passaram a R$ 3,20, quando a correção da inflação daria cerca de R$ 1,50.

A comparação feita pela prefeitura (PT) e pelo governo (PSDB) com a inflação desde o último aumento das tarifas serve para esconder a política de repasse, através de subsídios, de uma volumosa soma de dinheiro aos capitalistas que detêm o controle dos transportes públicos. O subsídio dos transportes dado pela Prefeitura às empresas também foi superior ao dobro da inflação do período, chegando a 1,2 bilhão de reais.

A opressão sobre os assalariados e suas famílias tem se intensificado. O número de empregados com carteira assinada tem diminuído. O rendimento médio dos trabalhadores também está em queda. Mais de 40% do rendimento bruto mensal dos trabalhadores são gastos para pagar impostos.

Os trabalhadores pagam duas vezes pelo transporte coletivo: diretamente, com uma tarifa absurda de R$3,20, e indiretamente através dos impostos, que usados para subsidiar as empresas. Assim, os empresários do metrô (linha 4 privatizada) e ônibus têm seus lucros maximizados pelos governos do PSDB e PT.

Estudantes saem às ruas: Haddad defende a repressão

No final da tarde de quinta-feira (06/06) mais de 2000 manifestantes protestaram nas ruas de São Paulo contra o aumento das tarifas dos ônibus e metrô para R$ 3,20. O ato começou pelas ruas do centro e bloqueou a Avenida 23 de maio. Na tarde do dia seguinte (sexta, 07), novo protesto com milhares de manifestantes paralisou importantes vias: Av. Brigadeiro Faria Lima, Av. Rebouças e a Marginal do Rio Pinheiros.

Ambas manifestações foram reprimidas pela polícia com bombas de gás e balas de borracha. A resposta do movimento foi a de continuar paralisando as avenidas e levar adiante as passeatas.

Após as manifestações o prefeito Haddad (PT) reivindicou a repressão das passeatas. Tenta justificá- la com a “necessidade de manter a integridade de quem não participava dos atos”. Na verdade quem colocou em risco a integridade das pessoas foi a polícia militar, ao atirar balas de borracha e bombas de gás. Na manifestação de quinta-feira, pelo menos 30 saíram feridos devido à repressão.

É preciso levantar bem alto a bandeira de ABAIXO À REPRESSÃO. A violência policial contra o movimento serve aos interesses dos capitalistas, que lucram mais e mais com os subsídios da prefeitura e com a tarifa elevadíssima, em contraposição aos interesses da maioria explorada, que luta contra o aumento do custo de vida.

Movimentos se levantam e impõem revogação de tarifas

Em várias cidades pelo país, os movimentos têm se levantado contra o aumento das tarifas. Alguns desses movimentos conseguiram impor a revogação do aumento, por força da mobilização. A revogação mais recente, ainda que em caráter liminar, é a de Goiânia.

Em São Paulo, apesar do movimento ter se projetado, ainda foi uma manifestação de vanguarda, falta ainda uma convocação ampla nas salas de aula, convocar assembleias e votar paralisações, de forma a constituir um movimento massivo. Somente com milhares nas ruas, afetando a economia capitalista, é que teremos força para derrotar o aumento das passagens.

É preciso também levantar as bandeiras gerais de defesa da vida das massas, de forma a configurar uma unidade dos oprimidos contra os capitalistas e seus governos. A defesa das bandeiras de Salário mínimo vital, suficiente para o sustento de uma família (pelo menos 4 mil reais) reajustado automaticamente, da estatização sem indenização do transporte e controle coletivo dos trabalhadores e da população, e do passe livre para estudantes e desempregados, leva a esse movimento geral.

Protestos se espalham pelo país

Pelo menos 14 pessoas foram presas na noite de 28/05 durante um protesto organizado por estudantes para pedir a redução da tarifa dos ônibus de Goiânia. Na semana passada, o valor da passagem passou de R$ 2,70 para R$ 3.

Uma manifestação contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro complicou o trânsito no centro do Rio e gerou tumultos. Os manifestantes ocuparam toda a pista central da Avenida Presidente Vargas, na altura do cruzamento com a Avenida Rio Branco – as duas principais vias da região central. Duas pessoas ficaram feridas por balas de borracha disparadas por policias do Batalhão de Choque da Polícia Militar. A passagem no Rio aumentou neste mês de R$ 2,75 para R$ 2,95.

A passagem de ônibus em Porto Alegre (RS) passou de R$ 2,85 para R$ 3,05 em março, um aumento de 7,02%. Os protestos de rua conseguiram reverter o aumento da passagem em abril.

Em maio, em Natal (RN), os protestos de rua foram contra o aumento da passagem de R$ 2,20 para R$ 2,40. Os protestos chegaram a bloquear a BR-101.

A juventude mostra, nas várias capitais e cidades, energia e disposição de luta. É preciso potenciá-las com o programa da classe operária e com as reivindicações que atinjam os interesse dos capitalistas e a política privatizante dos governos municipais, estaduais e federal.

Unidade na luta junto aos funcionários, professores e aos terceirizados

Todo apoio às reivindicações dos funcionários e professores que estão em campanha salarial, reivindicando 11% de reajuste contra os 5,39%! Os reitores das três universidades estaduais paulistas fecharam as negociações após a segunda reunião e seguem intransigentes impondo as orientações do governo do estado de conceder ainda menos que o índice de inflação oficial. E, sabemos, o custo de vida tem subido bem mais que isso. A paralisação convocada para o dia de hoje marca o enfrentamento a uma diretriz de precarização da universidade, que a todo o momento age para substituir o quadro de funcionários concursados por terceirizados e estimula as parcerias com fundações privadas que atraem uma parcela dos professores.

Para os estudantes, é importante que as reivindicações salariais de funcionários e professores sejam atendidas. O arrocho salarial praticado pelos reitores/governo os pressiona a abandonar a universidade em busca de melhores condições de trabalho. O esmagamento dos salários é parte da política de precarização e privatização da universidade, e os estudantes temos de combatê-la.

política de destruição da educação pública é geral e afetas as demais universidades, como a Unesp, que se encontra com 14 campi em greve. A greve na Unesp é em defesa da permanência estudantil e contra os processos políticos. Devemos dar todo apoio ã greve da Unesp! Estendamos esse movimento, unificando-nos a ele! Que aqueles que estão em movimento sejam o ponto de apoio da mobilização unitária das três estaduais. Para que se dê a unidade de fato é necessário que se convoquem assembleias dos três setores em todas as universidades. Que se construa um comando estadual unitário dos três setores para avançar a mobilização. Que se organizem atividades conjuntas. A paralisação é um primeiro passo, mas é preciso avançar, pressionar para uma paralisação conjunta e centralizada, como foi a proposta anterior. É preciso organizar o movimento ao redor de uma pauta comum de defesa da educação pública. Fim à terceirização e contratação de todos os terceirizados, sem concurso. Que todos, terceirizados e concursados, ganhem ao menos o salário mínimo vital que hoje estimamos em R$ 4.000,00. Que este salário seja reajustado automaticamente de acordo com a inflação.

Essa unidade deve se fortalecer e ir às ruas, em unidade com os demais explorados. O inimigo é o Governo do Estado. A burocracia universitária (reitorias) apenas transmite para a universidade a política do governo. O reajuste mínimo somado ao aumento do custo de vida (transporte, alimento, moradia – IPTU alto), avanço do desemprego, cortes de direitos demonstra o aumento da opressão sobre os explorados diante da crise econômica do capitalista, impondo a necessidade da unidade de todos os oprimidos contra o opressor, a burguesia.

Movimento das terceirizadas

Apoio incondicional ao movimento dos terceirizados que paralisaram e se organizam por meio da ação direta, fazendo piquetes em frente à reitoria exigindo o pagamento de seus salários. Que se diga firme e em bom tom que a empresa Higilimp é uma ladra, e a universidade é conivente com esse roubo. Nem mesmo os salários de fome que os funcionários terceirizados deveriam receber foram pagos. Os caixas da universidade estão gordos. Que se paguem imediatamente os salários. Que todos esses trabalhadores sejam incorporados ao quadro de funcionários da universidade sem necessidade de concurso. Já provaram pela prática que estão aptos ao trabalho. Fim da terceirização! Combate às empresas privadas que se beneficiam da educação pública, impondo seu sucateamento!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Ocupar as ruas contra o aumenta da passagem

Abaixo a repressão policial aos protestos contra aumento das passagens!

Convocar massivamente para ocupar as ruas e avenidas para revogar os aumentos das tarifas! Erguer as bandeiras de defesa da vida das massas: salário mínio vital reajustado automaticamente (escala móvel)! Estatizar sem indenização a rede de transporte público e colocá-la sob controle dos trabalhadores e da população! Passe livre para estudantes e desempregados!

Passeata: contra o aumento da tarifa da cidade de São Paulo

Mais de 500 manifestantes protestavam nas ruas de São Paulo no final da tarde do dia 06/06, contra o aumento das tarifas dos ônibus e metrô para R$ 3,20, quando a tropa de choque reprimiu o movimento com balas de borracha, bombas e gás. Quinze foram presos, dentre eles o presidente do sindicato metroviário, Altino de Melo. Pelo menos 30 feridos.

O movimento começou com um protesto em frente ao Teatro Municipal, saiu em passeata pelas ruas, o que bloqueou o trânsito, e foi aí que a repressão se desfechou, perseguindo os manifestantes até um shopping da região da Avenida Paulista. Os tiros com balas de borracha eram dados a esmo, em meio à fumaça das bombas.

Mesmo sob ataque da polícia, os manifestantes ainda mantiveram o protesto até tarde da noite. Nova manifestação foi convocada para a sexta-feira, 07/06, para protestar também contra a repressão.

Prefeitura do PT/governo do PSDB subsidiam alta lucratividade do transporte

O aumento do preço das passagens em São Paulo foi apontado pela prefeitura como inferior à inflação desde o último reajuste. Ocorre que as tarifas subiram, desde a implantação do Plano Real, o dobro da inflação. De R$ 0,65 passaram a R$ 3,20, quando a correção da inflação daria cerca de R$ 1,50. O subsídio dos transportes dado pela Prefeitura às empresas também foi superior ao dobro da inflação do período, chegando a 1,2 bilhão de reais. Assim, os empresários do metrô (linha 4 privatizada) e ônibus têm seus lucros maximizados pelos governos do PT e PSDB. Isso às custas de maior opressão sobre os assalariados e suas famílias.

Movimentos se levantam e impõem revogação de tarifas

Em várias cidades pelo país, os movimentos têm se levantado contra o aumento das tarifas. Alguns desses movimentos conseguiram impor a revogação do aumento, por força da mobilização.

Em São Paulo, apesar do movimento ter se projetado, ainda foi uma manifestação de vanguarda, falta ainda uma convocação ampla nas salas de aula, convocar assembleias e votar paralisações, de forma a constituir um movimento massivo. Somente com milhares nas ruas, afetando a economia capitalista, é que teremos força para derrotar o aumento das passagens.

É preciso também levantar as bandeiras gerais de defesa da vida das massas, de forma a configurar uma unidade dos oprimidos contra os capitalistas e seus governos. A defesa das bandeiras de Salário mínimo vital, suficiente para o sustento de uma família (pelo menos 4 mil reais) reajustado automaticamente, da estatização sem indenização do transporte e controle coletivo dos trabalhadores e da população, e do passe livre para estudantes e desempregados, leva a esse movimento geral.

Protestos se espalham pelo país

Pelo menos 14 pessoas foram presas na noite de 28/05 durante um protesto organizado por estudantes para pedir a redução da tarifa dos ônibus de Goiânia. Na semana passada, o valor da passagem passou de R$ 2,70 para R$ 3.

Uma manifestação contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro complicou o trânsito no centro do Rio e gerou tumultos. Os manifestantes ocuparam toda a pista central da Avenida Presidente Vargas, na altura do cruzamento com a Avenida Rio Branco – as duas principais vias da região central. Duas pessoas ficaram feridas por balas de borracha disparadas por policias do Batalhão de Choque da Polícia Militar. A passagem no Rio aumentou neste mês de R$ 2,75 para R$ 2,95.

A passagem de ônibus em Porto Alegre (RS) passou de R$ 2,85 para R$ 3,05 em março, um aumento de 7,02%. Os protestos de rua conseguiram reverter o aumento da passagem em abril.

Em maio, em Natal (RN), os protestos de rua foram contra o aumento da passagem de R$ 2,20 para R$ 2,40. Os protestos chegaram a bloquear a BR-101.

A juventude mostra, nas várias capitais e cidades, energia e disposição de luta. É preciso potenciá-las com o programa da classe operária e com as reivindicações que atinjam os interesse dos capitalistas e a política privatizante dos governos municipais, estaduais e federal.