segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Nota de repúdio à demolição do Canil pela reitoria

Em defesa da autonomia dos estudantes sobre seus espaços!

No dia 21 de dezembro de 2011, a reitoria da USP demoliu o Canil, espaço tradicional dos estudantes, situado na prainha da ECA, onde eram realizadas atividades políticas e culturais. Mais uma vez o reitor-interventor, João Grandino Rodas, utilizou o período de férias para atacar, sabendo do esvaziamento natural da universidade, visando driblar qualquer iniciativa de resistência por estudantes e trabalhadores.

A atitude de golpear a autonomia estudantil sobre seus espaços não é recente, muito menos casual. Há um histórico que passa, por exemplo, pela invasão do espaço do DCE pela reitoria, assim como ocorreu com o porão da Sociais, comandada pelo então diretor da FFLCH, Gabriel Cohn. No caso do Canil há uma motivação específica, conhecida de todos, que é a realização do projeto da Nova ECA, o qual prevê uma reestruturação do espaço da unidade, inclusive com a volta da reitoria para seu antigo prédio.

A forma autoritária e violenta com que são concretizadas essas medidas acaba desnudando seu caráter arbitrário. Nunca houve uma consulta ampla aos estudantes e trabalhadores em nenhum desses casos. A burocracia universitária não pode admitir a autonomia estudantil sobre seus espaços, assim como a dos funcionários e docentes também, pois tal autonomia se choca com seus planos de utilização mercantil dos espaços. Além do que, certamente tem clareza de que assim vai estrangulando os movimentos organizados dos que estudam e trabalham.

O movimento estudantil precisa tirar a lição prática fundamental do ocorrido: a reitoria avança quando o movimento não responde com luta aos seus ataques. É necessário que convoquemos os estudantes logo no começo do ano, em especial os ingressantes, para debater e tomar medidas práticas para barrar a onda ofensiva de Rodas. Sem uma ampla e unitária mobilização, utilizando o método da ação direta (greve, passeatas, ocupações etc.), estaremos distantes da conquista de nossas reivindicações e o reitor cada vez mais livre para atacar.