segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Declaração do Partido Operário Revolucionário
Aos estudantes e aos trabalhadores


    O POR vem perante a juventude oprimida e os explorados denunciar mais uma ação policial do governo Alckmin, PSDB, contra estudantes da USP. A prisão dos jovens, que ocupavam uma parte de um prédio do conjunto residencial da USP (Crusp), ocorreu em seguida à bárbara expulsão de 1.600 famílias do Pinheirinho e de outras centenas no centro de São Paulo.
    Essa varredura de pobres e oprimidos reflete a imagem do capitalismo decadente e de seus governos totalitários. Não há outro meio de se contrapor ao avanço da barbárie a não ser a unidade da juventude em luta e a sua aproximação com a classe operária.
    O POR convoca todos os oprimidos a defenderem a expulsão da polícia da universidade e o fim dos processos judiciais e expulsões daqueles que têm lutado pelo direito ao estudo e a uma universidade sob o controle de quem estuda e trabalha. Convoca todos a defenderem a devolução do Pinheirinho às famílias e imediata entrega de moradias aos sem-teto.


Derrotar a ofensiva fascistizante de Alckmin (PSDB) sobre a USP



    A Universidade de São Paulo (USP) vem sendo golpeada por medidas repressivas do governo Alckmin. No feriado de carnaval, domingo, centenas de policiais da tropa de choque invadiram o campus para a ação de reintegração de posse do prédio de moradia pela Coseas (Coordenadoria de Serviço e Assistência Social, ligada à reitoria), que servia de moradia para os estudantes pobres. Arrancaram os ocupantes, deram voz de prisão, os colocaram em um ônibus policial e os levaram para a delegacia. Não havia como resistir. A universidade estava deserta e os poucas dezenas que se encontravam nas demais moradias não tinham força social para enfrentar a ação da polícia.
    Os estudantes, que não têm como pagar aluguel e se manter na universidade, dependem das moradias. O governo não amplia o número de vagas no Crusp e, não restando outra alternativa, os estudantes ocuparam em março de 2010 o prédio abandonado que pertencia ao Coseas. O reitor da universidade, João Grandino Rodas, imediatamente abriu um processo judicial, exigindo a reintegração. Acusou os estudantes de roubo de materiais e, em dezembro de 2011, expulsou seis estudantes, considerados responsáveis pela ocupação do prédio.
    O reitor Rodas, a mando de Alckmin, militarizou o campus. Impôs no ano passado, por meio da violência militar, a retirada dos estudantes que ocupavam a Reitoria, exigindo a retirada da polícia das dependências da universidade. Premiou com um bônus os professores que estão em conluio com as medidas repressivas e age com mãos-de-ferro para que a universidade siga o regimento disciplinar de 1972, época da ditadura militar.
    A reivindicação de “Fora a polícia da USP” mobilizou os estudantes, que em assembleia decidiram pela greve e pela ocupação. Mas o período de férias escolares ajudou o governador e seu reitor no propósito de expulsar estudantes da universidade e retomar o prédio ocupado.
    O ano letivo, marcado para o final de fevereiro, deve ser iniciado pela mobilização. É necessário pôr fim ao clima festivo das chamadas “calouradas”, promovido pelas direções reformistas e centristas. Nada de festividade, punhos erguidos contra a ditadura burocrática de Rodas e o governo de Alckmin. As assembleias deverão ser amplamente convocadas para aprovar a retomada do movimento. A universidade não pode ser militarizada nem ser regida pelo estatuto da ditadura militar. A autonomia universitária é uma bandeira democrática, condizente com a liberdade de ensino e com o direito da maioria decidir o seu funcionamento.
    É fundamental que se trave a luta pela expulsão da polícia do campus, pelo desmoronamento da burocracia universitária, pela volta dos estudantes expulsos, pelo fim dos processos e pela retomada da moradia. A bandeira de autonomia universitária responde à atual situação de decadência da universidade pública, da gigantesca mercantilização das universidades privadas e do controle burocrático-policial do ensino.
    A ofensiva obscurantista do Estado e do empresariado sobre a educação exige como resposta o controle coletivo da universidade por estudantes, funcionários e professores por meio da assembleia universitária e da constituição de um governo tripartite, eleito pelo voto universal e sujeito à revogabilidade do mandato. Esse é o ponto de partida para os que estudam e trabalham na universidade comecem a tomar as rédeas do ensino. Somente assim será possível romper a camisa de força burocrática-policial imposta à universidade pelo Estado e pelos governos de plantão.

    Fora a policia da USP!
    Revogar o regimento disciplinar da ditadura militar!
    Derrotar a burocracia autoritária de Rodas!
    Enfrentar a ação repressiva desfechada pelo governo Alckmin (PSDB)!
    Retomar a moradia!
    
    Fim dos processos e volta dos estudantes expulsos!
    Controle coletivo da universidade por meio da assembleia universitária!
    Pela autonomia universitária!