segunda-feira, 9 de setembro de 2013

As assembleias da farmácia

Erlen Meier - Catalisador

As assembleias da farmácia

No dia 16 de agosto a gestão do CAFB marcou uma assembleia da farma para o dia 22. Mas ela não foi divulgada, exceto pelo Catalisador. Na véspera da data marcada a gestão decidiu por e-mail que desmarcaria a assembleia, pois não haviam conseguido convocar os estudantes. Mas não tentaram marcar outra. Devido a nossa divulgação, surgiu a acusação, por parte da gestão, de que a assembleia foi marcada pelo Catalisador.

É importante esclarecer que o Catalisador não é um fórum do movimento, mas sim um grupo de atuação política na farma. Deste modo não pode marcar uma assembleia de estudantes. Ao contrário, a reunião de gestão do CA é o fórum por onde as gestões devem marcar as assembleias. No dia 22, a gestão não compareceu ao local marcado nem para ver se algo estava acontecendo e tentar tirar outra data a partir de então. Participamos da reunião de gestão do dia 23 fazendo esta critica e esclarecimentos. Nessa reunião foi marcada a assembleia seguinte (27/08).

No dia 27 aconteceu a assembleia. Nela propusemos como bandeira: o reoferecimento (fora do semestre habitual) de disciplinas com alto índice de reprovação, a divulgação dos resultados do SIGA, uma moção de apoio à greve da Faculdade de Direto e periodicidade de debates sobre a grade. Todas elas foram aprovadas por consenso. Cabe à gestão convocar os debates sobre a grade. Na assembleia ficou indicado que nesta semana (do dia 9 de setembro) a gestão deve marcar um debate sobre o assunto.

Foi proposto também que fizéssemos uma carta à CG (Comissão de Graduação), que circularia como abaixo assinado antes de ser entregue. Nela constariam as reivindicações dos estudantes. Além das nossas, foram aprovados os seguintes pontos para a carta: implementação de requisito fraco, reforma da grade com paridade de professores e estudantes e articulação de um novo fórum de graduação com ciclo de reuniões.

O abaixo assinado pode ter um papel importante para propagandear uma reivindicação, mas devemos saber que é um meio de luta passivo, que pode ser insuficiente para conquistar nossas reivindicações. Do mesmo modo, se o fórum de graduação novamente não estiver sob controle dos estudantes e não for deliberativo não nos servirá. Na Faculdade de Direito foi necessária uma luta ativa para pressionar a diretoria, que foi a greve. Ela acabou no dia 29 de agosto e conquistou suas reivindicações: todos os requerimentos foram aceitos e a congregação aprovou a mudança da grade, que será discutida.

Foi aprovado o posicionamento favorável às diretas paritárias para reitor. Votamos contra, pois entendemos que aqueles que são convocados a lutar pelas diretas continuarão sem o poder de decisão. O voto de um professor ainda valerá o de 18 estudantes. Somos contra o reitorado e a manutenção do poder na mão dos professores titulares. Defendemos o governo tripartite (estudantes, professores e funcionários), com mandato revogável, submetido à assembleia geral universitária, onde cada voto tem o mesmo peso.

A próxima assembleia da farma foi marcada para dia 17 de setembro, às 16h no CV. É importante que todos compareçam.


Não há como lutar por democracia sem lutar contra os processos políticos!

Desde a demissão do dirigente sindical Claudionor Brandão no fim de 2008, a perseguição política da reitoria e do governo não parou mais. Ocorreram centenas de processos administrativos e criminais, prisões e eliminações que passaram a ser naturalizados pela comunidade universitária. A greve de 2011, que escancarou o carater repressivo da reitoria e do governo PSDB, acabou derrotada pela burocracia. Foi fator determinante para isso a política de conciliação das direções dos movimentos de estudantes e professores, pois ergueram alto a bandeira genérica de democracia sem responder à repressão.

USP, Unifesp, Unesp, UNILA, UFMT, UFBA e outras faculdades pelo Brasil todo sofrem com as perseguições políticas aos que lutam pela educação pública. As manifestações que estão ocorrendo agora pelo país estão sendo duramente reprimidas. Há ainda mais de 100 jovens presos pelo país por conta das manifestações de junho. É preciso enxergar além das bandeiras distracionistas de diretas, estatuinte, reformas e afins e enfrentar o problema concreto da repressão geral do Estado burguês aos movimentos reivindicatórios.

Convocamos todos à se somarem a esta luta e participar dos fórum por onde ela tem sido organizada:

Reunião do Fórum de Processados da USP – 10/09 – 19h – no Espaço Verde (Sociais).

Comitê Estadual Contra a Repressão – 12/09 – 19h – no IA (Instituto de Artes) da Unesp – Estação de Metrô Barra Funda.