sábado, 16 de junho de 2012

Boletim nº 8 - Salvador

Declaração da Corrente Proletária da Educação/POR

    Invasão policial no campus da Unifesp/Guarulhos
    Ataque à manifestação e prisão de estudantes
    Mais uma ação repressiva do governo do PT contra os estudantes grevistas da Unifesp


    Os estudantes da Unifesp/Guarulhos e de outras unidades realizavam um ato político em frente à Diretoria Acadêmica quando a polícia invadiu o campus, atacou a manifestação com bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha e golpes de cassetetes. Inúmeros estudantes foram detidos e levados para a sede da Polícia Federal.
    O Diretor Marcos Cezar convocou a força repressiva e alegou que os estudantes o impediam de deixar o local. A mentira tem por objetivo acobertar a responsabilidade de jogar a polícia sobre a manifestação estudantil. O ato em frente à Diretoria Acadêmica exigia que o diretor se viesse a público e se manifestasse perante os estudantes quanto à reivindicação de retirada das medidas processuais que correm na Justiça desde a greve de 2008 e, possivelmente, as que ocorrem nesta em curso, bem como quanto às reivindicações de melhoria de ensino.
    A informação de que o comando de greve não aceitou a proposta de constituir uma comissão de negociação não procede. O diretor simplesmente violou o direito democrático dos estudantes de se manifestarem no interior do campus. Também o motivo alegado de que os manifestantes estavam pichando a universidade é mais um álibi para justificar a sanha repressiva da burocracia universitária. A universidade em greve há 84 dias se encontra em situação emergencial, de maneira que as pichações não são outra coisa senão uma necessidade política do movimento que esbarra na inflexibilidade do governo federal, do Reitor e do Diretor da Unifesp. A acusação de que se trata de um ato de vandalismo é mentirosa, servindo para desqualificar a legítima luta dos estudantes que sacrificaram o semestre e de sua direção que se sujeitou à repressão judicial e policial.
    Os estudantes grevistas e o comando de greve estão em posição de defesa do ensino público e gratuito, profundamente golpeado pela política privatista e mercantilista do governo do PT e da oposição burguesa. Não por acaso, os estudantes da USP também têm sofrido a brutalidade policial e judicial. Inúmeros são os processados, ameaçados de expulsão e alguns já expulsos.
    O ataque repressivo é uma resposta do governo ao movimento que se organiza em torno da bandeira do ensino público e contra a mercantilização.
    No dia 6 de junho, os estudantes que ocupavam as dependências da Unifesp foram detidos pela Polícia Federal, auxiliada pela tropa de choque do estado. Esperava-se com essa medida acabar com o movimento, atemorizando os lutadores. Como a luta permaneceu, com os estudantes voltando a se manifestar nas ruas e a exigir uma resposta do Diretor, mais uma vez vieram a violência policial e as prisões.
    A Corrente Proletária da Educação denuncia aos trabalhadores, à juventude e a toda população mais esta ação que viola a autonomia universitária e os direitos políticos dos estudantes de se manifestarem livremente.
    Pelo fim da repressão, dos processos e prisões!
    Pela autonomia universitária!
    Pelo direito político de manifestação!
    Que o governo Dilma e o Reitor da Unifesp imediatamente atendam as reivindicações!
    Todo apoio à greve nacional dos docentes das universidades federais!


14 de junho de 2012

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