quinta-feira, 19 de agosto de 2010

REITORIA OCUPADA!

REITORIA OCUPADA!



Os funcionários da USP ocuparam a reitoria na manhã do dia 08/06/10. O corte de ponto dos dias parados foi a gota d’água. Trata-se de um claro atentado ao direito de greve. O movimento mantém as suas reivindicações: reabertura das negociações, defesa da isonomia salarial – além das demais bandeiras, como o reajuste de 16% + R$200 fixos e a reintegração de Brandão.

Todo apoio à ocupação!
Os ataques aos funcionários são uma afronta a todo o movimento! Em defesa da greve estudantil!


Por que ocupar a reitoria?

A reitoria tem lançado várias provocações contra o movimento de trabalhadores. No final de 2008, demitiu o diretor do Sintusp, Claudionor Brandão. Um ataque político contra a tradição de luta dos funcionários e seu sindicato. Em 2009, a PM entrou na universidade para dissolver os piquetes de greve dos trabalhadores.
Agora em 2010, o novo reitor, João Grandino Rodas, que se proclamava o maior defensor do diálogo, mostrou na prática toda sua intransigência: não atendeu reivindicação alguma e, junto com os reitores da Unesp e Unicamp, quebrou a isonomia salarial entre as categorias, concedendo 6% de reajuste somente aos professores.
As conversações até o momento foram somente enganação. Os trabalhadores que haviam entrado em greve no dia 05/05, realizaram um ato no dia 18/05, quando os reitores declararam que não discutiriam mais a questão salarial. Os sindicatos (reunidos no Fórum das Seis) corretamente não aceitaram esta manobra, exigindo a retomada da discussão salarial.
A gota d’água na USP foi o corte de ponto dos dias parados, uma ameaça ao direito de greve. A partir daí, o movimento decidiu radicalizar, empregando o método da ocupação. A memória de 2007 mostrou a projeção e a força que o movimento ganha ao tomar o coração da burocracia universitária, transformando o prédio da reitoria numa trincheira de luta.
Porém, um grande entrave continua sendo o isolamento do movimento dos funcionários. O corporativismo da direção dos professores e o atraso da mobilização estudantil constituem obstáculos que devem ser superados se apoiando na ocupação da reitoria. Os estudantes devem entrar em greve para fortalecer o movimento e construir a unidade real na luta.

Manifesto da Corrente Proletária Estudantil (P.O.R.) sobre o X Congresso de Estudantes da USP



POR UM X CONGRESSO DE LUTA!

UTILIZEMOS O FÓRUM MÁXIMO DOS ESTUDANTES PARA CONSTRUIR A MOBILIZAÇÃO UNITÁRIA CONTRA A BUROCRACIA UNIVERSITÁRIA, O CRUESP E O GOVERNO ESTADUAL (PSDB)


A Corrente Proletária Estudantil (P.O.R.) participará do X Congresso de Estudantes da USP, mas não com a mesma política de outros agrupamentos, como o PSol e o PSTU. Temos críticas à forma como o processo tem sido construído politicamente por essas organizações. O DCE, que é dirigido pelo MES (uma corrente interna do PSol), tem utilizado o congresso contra a mobilização e contra a aprovação da greve estudantil. E com um fórum erguido dessa maneira, a tendência é de que não cumpra um papel progressivo e ainda possa resultar em mais desmoralização para o movimento estudantil.
Um congresso de luta deve se ligar às mobilizações em curso, para impulsionar novas e para tirar as lições devidas, corrigindo os rumos políticos a partir da crítica e autocrítica. Esse é o caráter que defendemos que seja impresso ao X Congresso. Mas, o caminho que está sendo dado ao mesmo é o inverso disso. As falas dos militantes da Nada Será Como Antes (PSTU) e da gestão Transformar o Tédio em Melodia (DCE-PSol), na assembléia do dia 20 de maio, servem de confirmação para o que estamos dizendo. Estes estudantes defenderam que não existiam condições para uma greve (posicionamento legítimo), pois que então deveríamos nos dedicar a realizar o congresso.
Na verdade, esse posicionamento encoberta o fato de que tais correntes, que têm um peso importante entre os estudantes, têm jogado contra a mobilização em suas bases. O DCE-PSol, por exemplo, tem boicotado sistematicamente as deliberações de assembléia que não lhe agradam. O caso mais grave vimos no dia 12, quando o mesmo agrupamento se negou a realizar a assembléia que havia sido decidida na semana anterior. O fórum teve de se iniciar apesar do seu boicote.
Outro exemplo é da ocupação do Crusp, que a diretoria da entidade estudantil tem apoiado apenas em palavras, sem mover uma palha concretamente. Já a Nada Será Como Antes, direção do DCE no ano passado, tem demonstrado todo o seu oportunismo eleitoreiro. O PSTU, devido a seu apego ao aparelho, não poupa esforços para tentar desgastar a atual gestão (Melodia), tentando se diferenciar pela esquerda. Por outro lado, tem medo de se queimar diante dos estudantes mais conservadores, confiando em que devem se apresentar como bons moços para não perder votos no final do ano (eleição para o DCE). Portanto, não se desvia um centímetro de seu objetivo de voltar ao aparato estudantil. Quanta coerência, não? Que pena (para todos nós) que essa política esteja em oposição à mobilização e a serviço de interesses aparelhistas.
Se a perspectiva para esse congresso é de que não se constitua como um instrumento de mobilização, então por que participaremos? Outras organizações políticas já levantaram essa indagação - a exemplo do MNN (Território Livre) e do PCO (AJR) - e estão chamando o boicote ao congresso. Nós consideramos equivocada a posição desses agrupamentos. Em primeiro lugar, porque não há um movimento amplo que parta da base, do conjunto dos estudantes, de ruptura com o congresso. Não podemos confundir a indiferença política generalizada dos estudantes com uma mobilização contrária à realização do congresso.
A proposta de boicote é subjetivista, isto é, só existe na cabeça dos militantes do MNN e do PCO. O resultado disso é que não conseguirão inviabilizar o congresso, demonstrando toda sua debilidade. Reconhecemos nessa proposta, entretanto, um lado positivo. Afinal, se os camaradas estão contra o congresso é porque percebem o rumo que o PSol e o PSTU estão dando a ele. MNN e PCO têm razão em criticá-los nesse sentido.
De nossa parte, ajudaremos a denunciar a caráter burocrático e desvinculado das lutas para o qual está caminhando o fórum máximo dos estudantes da USP. Atuaremos nas eleições de delegados no curso de Física (chapa Poder Estudantil) e de Matemática. Nossa tese já está disponível no site do DCE (http://dceusp.org.br/xcongresso), é a décima terceira da lista (“Tese da Corrente Proletária Estudantil (P.O.R.)...”). Entendemos que o Congresso deveria servir para construir o programa do movimento estudantil na USP, a partir da disputa das diferentes posições e práticas políticas junto aos estudantes, eleição proporcional de delegados a partir delas e livre discussão e votação democrática de resoluções.
Chamamos os estudantes a votarem em nossas chapas e a participarem do congresso para tentar transformá-lo num instrumento de construção da luta unitária contra a burocracia universitária, o Cruesp e o governo estadual (PSDB)!