segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A UNIFESP não deve sair dos Pimentas

18 de agosto de 2012
Carta aos moradores:
A UNIFESP não deve sair dos Pimentas!

     Em julho, um grupo de professores do campus de humanidades da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) encaminhou um documento solicitando à Reitoria a saída da Universidade do Bairro dos Pimentas para São Paulo. Esta não é a vontade da maioria dos professores, funcionários e estudantes. A justificativa para sair do Pimentas é a de que a localização é ruim para o desenvolvimento da Universidade por causa do acesso ao bairro.
     Mas, o que todos os moradores precisam saber é que o problema da UNIFESP não é a localização e sim a falta de investimentos dos governos, a exemplo do transporte precário que atinge todos os estudantes, funcionários e a população da região dos Pimentas. Além de o transporte ser ruim, é também muito caro!
     Os estudantes da Universidade estão em greve há mais de quatro meses, reivindicando melhoria de estudos: novas linhas de ônibus, construção do prédio definitivo (faltam salas de aulas e laboratórios para estudar), moradia universitária e fim dos processos judiciais e administrativos, porque lutar por direitos não é crime!
     A ideia de separar a Universidade do bairro operário, construído por muitos trabalhadores e reivindicado pela população assalariada da região, é muito absurda, tem a ver com o objetivo de ter uma mais uma universidade elitista: localizada nos centros urbanos, só permitindo o acesso da burguesia e da pequena burguesia a esse nível de ensino. A UNIFESP pode se desenvolver e cumprir um papel formador, cultural, educacional, social. Mas, para isso é necessário ficar no Pimentas, os moradores estarem dentro da Universidade, o governo federal deve disponibilizar todas as verbas e construir a estrutura adequada.

     O vestibular é um instrumento de exclusão!
     Combater a mercantilização do ensino público!

     A maioria da juventude está excluída da universidade, apenas 10% da população conclui o ensino superior. O ENEM é um vestibular que mudou de nome, nem todos conseguem passar por esse filtro. As políticas governamentais PROUNI, FIES, EaD, etc. servem para mercantilizar a educação e precarizá-la. Por isso, o ensino superior público cada vez mais é um direito negado aos filhos dos operários e demais trabalhadores dos Pimentas.
     Existe favorecimento do setor privado; o ensino, que deveria ser um direito a todos em todos os níveis, torna-se uma mercadoria; quem tem condições financeiras para permanecer na universidade pública conclui o curso e, na rede particular, quem tem dinheiro acaba pagando por um direito não garantido pelo Estado, quem não tem dinheiro fica sem continuar os estudos. De acordo o Censo da Educação de 2010, apenas 278 instituições de ensino são públicas e 2.099 são privadas.
     O Reuni (Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) não contou com verbas necessárias para criar vagas e novos campi universitários; porém, o governo favorece universidades particulares com isenção fiscal e formas de financiamentos, passando dinheiro público para os capitalistas que fazem da educação uma mercadoria para manter os seus negócios rentáveis. Não é à toa que mais de 89% das instituições de ensino são particulares.
     Vale lembrar que o problema não é a inclusão de mais estudantes no ensino superior, o problema é a expansão sem verbas suficientes, informação importante, porque o Reuni e a Unifesp são utilizados nas campanhas eleitorais. Porém, o caráter mercantilista do Projeto e os problemas da Universidade nunca são mostrados!
     Por isso, o fim do ensino privado, estatização sem indenização e controle coletivo da Universidade pelos que estudam e trabalham é o que permitirá aos moradores dos Pimentas e seus filhos estudarem na universidade pública. É fundamental defender um único sistema de ensino, público, laico e vinculado à produção social.
---    Pela permanência da Unifesp no Bairro dos Pimentas;
---    Aliança dos estudantes com a classe operária e demais trabalhadores em defesa da universidade pública;
---    Pelo fim dos vestibulares! Acesso a todos em todos os níveis! Estatização da rede privada sem indenização aos capitalistas!

TODOS AO ATO PELA PERMANÊNCIA DA UNIFESP NO BAIRRO DOS PIMENTAS, 24/08 às 15h00 LOCAL: Estrada do Caminho Velho, 333, próximo ao CEAG.

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