quarta-feira, 28 de março de 2012

Reitor ataca a pós graduação.
Devemos responder com luta


    A reitoria apresentou às vésperas do Natal, no dia 22 de dezembro de 2011, uma proposta de alteração do regimento que regula a pós graduação e que seria votada às vésperas do carnaval. Algumas das alterações são: 1) adaptação do regimento para viabilizar a cobrança das titulações da pós, 2) redução do tempo de conclusão das dissertações, 3) Eliminação sumária do pós graduando caso sua dissertação não seja aprovada e 4) Um conselho da reitoria que terá plenos poderes para fechar um determinado programa da pós, caso o julgue “improdutivo” (não atenda à política ditada pelo governo, de favorecimento do capital).
    Esse ataque ao conjunto dos estudantes é parte da implementação de uma política privatista e elitista dentro da universidade e precisa ser respondida de conjunto: graduandos e pós graduando devem se unir em luta para barrar essa reforma, o que mostra a necessidade de mobilizar massivamente, organizando protestos, passeatas, atos, bloqueios de avenidas, ocupações etc. Para que os estudantes possam se defender organizadamente, é preciso impor uma resistência combativa. Estando presos às salas de aula com provas e trabalhos para entregar, isso se torna muito mais difícil. Daí a importância da greve, que libera os estudantes no seu conjunto para a mobilização, que é a forma de ganhar força suficiente para pressionar a reitoria/governo.
    Desde 27 de outubro, quando houve o primeiro confronto entre os estudantes e a PM, já dizíamos que a presença desse braço armado do Estado na universidade servia para garantir à força e de forma autoritária a imposição de interesses econômicos da classe dominante. Sua principal tarefa é amordaçar o movimento estudantil e de trabalhadores, a fim de pavimentar o caminho às medidas privatizantes e elitizantes. Essa tese se confirma, a presença da PM no campus não é uma questão de segurança, e também não será expulsa do campus reivindicando democratização da universidade, quando sequer se pode manifestar e expressar livremente suas opiniões, pois se está sujeito a processos políticos (agora a reitoria/governo ataca a Adusp), eliminações e demissões, e repressão policial.
    O movimento que se iniciou em 2011 não se dissolveu, ainda há uma tendência de luta, demonstrada claramente no dia 15/03 em que 10 cursos paralisaram. Devemos nos apoiar nesse setor e impulsionar a luta contra mais esse ataque. A ausência de respostas do movimento estudantil fortalece a reitoria, que se vê com um caminho aberto para impor medidas que ferem o caráter público da universidade e que a torna cada vez mais inacessível aos assalariados que a sustentam com seu trabalho.
    Há uma iniciativa vinda dos próprios pós graduandos de tentar adiar a decisão definitiva do regimento, marcada para o dia 28/03, a fim de haver mais tempo para discussão. No entanto, o movimento deve rechaçar o engodo de uma comissão para negociar alguns pontos da reforma com a reitoria. Essa reforma deve ser rechaçada no seu conjunto, pois é instrumento de liquidação da pós graduação e sua transformação em instrumento empresarial, alheia à ciência, adaptada à política destruidora do ensino do governo. A força do movimento está na sua mobilização,, do contrário prevalecerá o poder da burocracia e do Estado, que possuem o aparato repressor nas mãos.

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