terça-feira, 13 de março de 2012

À chapa 27 de outubro

Impulsionar as tendências de luta para erguer a greve unificada



    Apesar da derrota da proposta de manutenção da greve, defendida pela chapa na última assembléia, a lição que devemos tirar é que existe uma tendência grevista entre os estudantes. Nos cursos mais mobilizados as votações foram bastante divididas. Mesmo entre os calouros que falavam contra a greve imediata, uma parcela considerável admitia a necessidade de paralisar a universidade contra as medidas de Rodas e do governo estadual. Devemos aprovar nessa reunião uma linha unitária de atuação nos cursos para preparar a próxima assembléia geral.
    A campanha eleitoral para o DCE deve se inserir nesse quadro, não pode estar em contradição com essa linha de intervenção. A 27 de Outubro deve expressar a mobilização dos estudantes desde o final de 2011 e se colocar como a chapa defensora da luta grevista. Os materiais, como panfletos, camisas etc., devem assumir essa perspectiva.

Propostas:


    1) O início do ano letivo com alguns dias de aula até a realização da primeira assembléia geral foi um erro. Permitiu às direções dos CAs (grande parte nas mãos do PSol e PSTU) e o DCE que fizessem sua campanha contra a greve contando com um clima de normalidade. Dessa forma, a tendência de luta que se impôs às direções no final do ano passado perdeu força e a tendência conciliadora sob direção do PSol/PSTU se fortaleceu e conseguiu momentaneamente maioria nas assembleias. O movimento só conseguirá retomar o caminho da mobilização se a tendência de luta for impulsionada ao ponto de voltar a derrotar a direção PSol/PSTU.
    2) Em uma das assembléias do final de 2011, o ME decidiu retirar das mãos do DCE (PSol) a realização da recepção aos ingressantes e passá-la ao comando de greve. Porém, este organismo abriu mão na prática dessa atribuição ao estabelecer que só se responsabilizaria pelas atividades da quarta-feira. Os demais dias ficaram a cargo das direções nos cursos, ou seja, justamente com aqueles que haviam perdido tal atribuição. Na prática, a decisão da assembleia foi anulada pelas decisões do comando de greve.
    3) A centralidade dada à festa da quarta-feira, o chamado “show-protesto”, acabou desviando a vanguarda organizada no comando das atividades políticas necessárias para preparar a greve. Atividades como o arrastão pelos cursos e o catracaço no bandejão central foram claramente abandonadas. Lembrando que havia uma indicação de realização de um ato na quinta-feira, que contaria com a participação de outros setores, que foi rejeitada por setores da chapa com o argumento de que estaríamos exauridos pelo trabalho na festa. O servem o princípios de independência frente à burocracia universitária, aos governos e à classe dominante.
    4) Encaminhar a divulgação do programa da chapa nas suas duas versões. Reivindicar da comissão eleitoral a divulgação dos programas online e a publicação de um jornal do DCE com as cartas-programa das chapas.
    5) Elaborar um material de crítica do programa e da prática das demais chapas.
    6) Atuar nos atos e debates com material próprio da chapa. No dia 15/03, o material deve mostrar que o primeiro passo para a democracia universitária é a expulsão da PM do campus, pois não é possível sequer discutir democracia livremente sob a repressão policial. O material do dia 22/03 deve enfatizar a necessidade de unidade dos movimentos e ação organizada da classe operária para derrotar a ofensiva repressiva dos governos.
A chapa deve fazer um balanço de sua intervenção
    A 27 de Outubro já tem uma história muito rica, marcada por sua origem na mobilização e participação em um momento delicado da USP, de ofensiva repressiva poucas vezes vista no passado. A chapa foi submetida à prova em vários acontecimentos, como a reintegração de posse da reitoria, a eliminação dos oito estudantes, o fechamento do espaço do DCE e a reintegração da moradia retomada.
    De certa forma, a recente atualização do programa tinha o objetivo de cobrir certas lacunas. Mas um posicionamento político retroativo não pode ser confundido com balanço.
    Às vésperas das eleições ainda não temos um balanço de todo esse processo. E o mais importante: não debatemos as raízes da derrota da proposta de manutenção da greve na assembléia do dia 8/03. A Corrente Proletária defende que essa reunião faça esse balanço a partir da votação de resoluções apresentadas por qualquer estudante ou organização pertencente à chapa.

Propostas de resolução:


    1) O início do ano letivo com alguns dias de aula até a realização da primeira assembléia geral foi um erro. Permitiu às direções dos CAs (grande parte nas mãos do PSol e PSTU) e o DCE que fizessem sua campanha contra a greve contando com um clima de normalidade. Dessa forma, a tendência de luta que se impôs às direções no final do ano passado perdeu força e a tendência conciliadora sob direção do PSol/PSTU se fortaleceu e conseguiu momentaneamente maioria nas assembleias. O movimento só conseguirá retomar o caminho da mobilização se a tendência de luta for impulsionada ao ponto de voltar a derrotar a direção PSol/PSTU.
    2) Em uma das assembléias do final de 2011, o ME decidiu retirar das mãos do DCE (PSol) a realização da recepção aos ingressantes e passá-la ao comando de greve. Porém, este organismo abriu mão na prática dessa atribuição ao estabelecer que só se responsabilizaria pelas atividades da quarta-feira. Os demais dias ficaram a cargo das direções nos cursos, ou seja, justamente com aqueles que haviam perdido tal atribuição. Na prática, a decisão da assembleia foi anulada pelas decisões do comando de greve.
    3) A centralidade dada à festa da quarta-feira, o chamado “show-protesto”, acabou desviando a vanguarda organizada no comando das atividades políticas necessárias para preparar a greve. Atividades como o arrastão pelos cursos e o catracaço no bandejão central foram claramente abandonadas. Lembrando que havia uma indicação de realização de um ato na quinta-feira, que contaria com a participação de outros setores, que foi rejeitada por setores da chapa com o argumento de que estaríamos exauridos pelo trabalho na festa. O resultado foi que o PSol e o PSTU ficaram mais livres para arrastar estudantes com suas respectivas políticas e métodos despolitizados de cooptação, e tudo isso sem derrubar uma gota de suor trabalhando na festa.
    4) A Adusp apontou a luta pela democratização da universidade como um eixo, no que foi seguida em linhas gerais pelo PSol e PSTU no começo de 2012. Essa linha permitiu a esses agrupamentos disfarçar de radical seu discurso anti-greve. A chapa não assumiu a tarefa de denunciar essa manobra.
    5) O imobilismo da chapa prejudicou o desenvolvimento geral das tendências de luta. Esse setor tinha uma responsabilidade muito grande por ter se destacado durante o auge da mobilização em 2011 como bloco defensor da ação direta. Se tivesse agido mais prontamente e com maior coesão, poderia ter feito frente às pressões dos setores anti-mobilização.
    6) Os ataques públicos e alheios à sua discussão e votação ao comando de greve durante as atividades da calourada fortaleceram a posição do PSol e do PSTU, deram argumento a esses grupos para defenderem suas atividades despolitizadas.
    7) Foi grave o erro da LER-QI ao se abster na votação de manutenção da greve no dia 8/03. Não militou de fato pela aprovação da greve durante o período de preparação da assembléia geral, o que se comprova, por exemplo, pelo boicote ao material da chapa do qual participaram (sem desacordo) da elaboração, pela ausência de materiais próprios convocando à greve e pela intervenção semelhante à da assembléia geral um dia antes na assembléia de Letras.
    8) A proposta de comando por consenso serviu ao objetivo de, na prática, dissolver o comando e assim frear as tendências de luta. O método do consenso é antidemocrático, porque permite a uma minoria se sobrepor à maioria. A substituição do comando com delegados eleitos pelo comando aberto nessa circunstância também representa um retrocesso na situação atual, uma vez que rompe propositalmente com um processo de construção da mobilização a partir das bases nos cursos.

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