terça-feira, 13 de março de 2012

Todos ao ato de 15/03, às 14h em frente à Reitoria! Paralisação de todas as aulas!
Pela greve unificada dos três setores pela expulsão da PM da USP e fim dos processos contra estudantes e trabalhadores!



    O ato-debate terá como tema “Aula de Democracia”, e terá o mesmo formato daquele realizado no vão do MASP no final do ano passado, com a participação de professores, funcionários e apoiadores do movimento.
    Foi aprovada na assembleia geral de estudantes a paralisação das aulas nesse dia. É importante organizar nos cursos a paralisação e realizar um grande ato de protesto contra a militarização e repressão na USP. Quando falamos em organizar, queremos dizer fazer as assembleias de curso com as aulas paralisadas, debater desde as salas de aula a necessidade de defender a autonomia universitária e o caráter público e gratuito da universidade.
    O primeiro passo para se poder discutir livremente a democracia universitária é a imediata saída da PM do campus. Não pode existir democracia, não dá nem pra discuti-la de forma consequente, sob as botas da tropa de choque e sob os processos políticos, eliminações de estudantes e demissão de lideranças sindicais.
    É por isso que é preciso trabalhar para que a assembleia estudantil do dia 20/03 vote pela greve. Somente com a greve será possível liberar os estudantes das imposições e pressões dos professores, calendário de trabalhos e provas, e permitir que se lancem à luta, à mobilização nas ruas para derrotar o intervencionismo, privatismo e elitismo do governo Alckmin e seu reitor-interventor Rodas.
    O ato do dia 15 deve ser um passo nesse sentido, e não do mero esperneio e reclamação.

Assembleia do dia 08/03 votou a suspensão da greve e a dissolução do comando de greve. Os responsáveis: PSol e PSTU.


    A assembleia debateu os rumos do movimento e votou dividida quanto à continuidade ou suspensão da greve. A mesa inventou então a votação de mesa: a maioria da mesa entendeu que havia contraste em favor da suspensão da greve e considerou a questão decidida, apesar dos protestos de muitos que reivindicavam a contagem dos votos.
    Depois, a assembleia votou a dissolução do comando de greve e instituição de um comando de mobilização, sem delegação dos cursos (voto aberto) e com decisões por consenso (todos têm de concordar, ou não se aprova nada). Para esta votação, no entanto, a mesa resolveu ignorar o teto das 22 horas e dividiu a plenária em duas partes para fazer a contagem. Por 32 votos de diferença, foi aprovado o comando aberto e por consenso, contra o comando por delegados e com votação. Na prática, votou-se de fato a dissolução do comando, porque o consenso diantede tanta divergência quanto aos rumos do movimento é impossível de se realizar. Ainda que o fosse, daria a oportunidade antidemocrática de uma única pessoa vetar as propostas apoiadas pela maioria.
    Haverá nova assembleia dia 20/03 e atos dia 15/03 e 22/03 (junto aos movimentos sociais reprimidos pelo governo, em especial os sem-teto).

Por que a greve não conseguiu se manter


    1) A greve foi suspensa antes da assembleia. A decisão da assembleia do dia 30/11/11, de manter a greve, mas realizar a primeira assembleia no quarto dia de aula (proposta defendida pelo PSol, PSTU e LER), criou as condições para que se iniciassem as aulas sem greve. A realização das assembleias de curso, apresentadas como meio democrático de preparação da assembleia geral, foi feita concorrendo com as aulas, e tomadas como pré-condição para a decisão da assembleia geral (como se tivessem caráter imperativo). Os quatro dias de aula foram usados para fazer a pressão em favor da falsa normalidade na USP.
    2) Havia antes das férias uma forte tendência de luta entre os estudantes. Uma tendência que ultrapassou todas as pressões contrárias à mobilização, de dentro e de fora da USP, de dentro e de fora do movimento estudantil. Mas essa tendência, tão poderosa que derrotou em TODAS as principais votações a direção do DCE, não eliminou a tendência conciliadora encabeçada pelo PSol e PSTU. Ao retornar das férias, a tendência de luta foi enfraquecida e a tendência conciliadora foi reforçada. Essa divisão se expressou nas assembleias de curso, que votaram divididas, e na assembleia geral, que deliberou pela suspensão da greve sem expressiva maioria.
    3) O enfraquecimento da tendência de luta tem várias razões, entre elas: a) o comando de greve, que recebeu a tarefa da assembleia geral de organizar a calourada ao invés do DCE (PSol), decidiu renunciar a 80% dessa tarefa, entregando a recepção dos calouros em quatro dos cinco dias aos CAs, dirigidos pelo PSol/PSTU. No único dia em que assumiu a tarefa, decidiu pela centralidade da organização da festa-protesto. Ou seja, a recepção de calouros manteve o caráter festivo e não de mobilização, que poderia ter influenciado parte dos calouros em favor da luta. b) a chapa de oposição ao DCE, 27 de outubro, organizada por todas as correntes e grande parte dos independentes que impulsionaram desde o início a mobilização, entrou numa crise e se paralisou durante as férias. Não respondeu às eliminações de 8 estudantes, à desocupação da moradia retomada nem ao caráter festivo da calourada. Não atuando para impulsionar a tendência de luta, abriu caminho para as forças conciliadoras e anti-greve.

Perspectiva do movimento


    A tendência de luta em defesa da autonomia universitária não se dissipou entre os estudantes. Ela existe e é preciso se apoiar nela e impulsioná-la. Seu fortalecimento pode reverter o quadro desmobilizador imposto pelo PSol/PSTU e por uma camada de professores. Fortalecer os atos e paralisações que se organizam, superar a paralisia da 27 de outubro e fazê-la agir como instrumento de mobilização e reorganização do movimento estudantil, convocar amplamente a assembleia de 20/03 e defender desde já a aprovação da greve estudantil, com a perspectiva de ampliação do movimento para funcionários e estudantes, este é o caminho para defender a universidade da ofensiva reacionária, intervencionista, privatista e elitizante do governo Alckmin e seu reitor-interventor Rodas.

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