quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Eleições para o CAMAT e RDs 2013

10 de outubro de 2012
Eleições para o CAMAT e RDs

    Estão marcadas para a semana do dia 22 5/11 as eleições para a gestão de 2013 do nosso centro acadêmico e para os RDs (Representantes Discentes). Por enquanto não vimos uma ampla campanha de divulgação do processo. Já vimos algo parecido antes: no XI Congresso de Estudantes da USP, a grande maioria dos estudantes ficou sabendo da tiragem de delegados quando apareceu uma urna no bloco B. É importante que todos possam participar e expressar as diferenças que existem no corpo estudantil. Além disso, são necessários debates entre as chapas e os candidatos à RD, para publicizar as propostas e linhas políticas em disputa.
    Nós da corrente proletária defendemos a atuação de representação discente nos órgãos colegiados da universidade, como a congregação, a comissão de graduação etc. Defendemos a participação estudantil com o principal fim de buscar informações do que se decide às costas da maioria da comunidade acadêmica e trazer à discussão para os estudantes, e defender nesses órgãos as decisões dos estudantes deliberadas nos nossos fóruns. Não temos ilusão de que podemos através dela ser decisivos nas deliberações desses órgãos. A Congregação do IME, que é o órgão máximo de decisão do instituto, por exemplo, conta com 37 membros e temos apenas dois representantes dos estudantes da graduação, um da pós e um dos funcionários. E a composição minoritária de estudantes e funcionários também é regra nos demais órgãos.
    Convocamos publicamente todos estudantes que defendem a universidade pública e o método da ação direta para discutir um programa para formação de chapa para o CAMAT. Somos contrários as chapas que são construídas com base nas relações de amizade em detrimento de um programa político. Isso porque a experiência mostra que elas por um lado tendem a se desintegrar com o passar do tempo e por outro unifica posições políticas conflitantes que não são resolvidas democraticamente dentro da gestão, com maioria e minoria, e menos ainda são claras ao conjunto dos estudantes. Na prática, impõe-se a posição de uma corrente, sem que os estudantes que votaram na chapa sequer conheçam qual é sua política.
    Mais uma gestão está acabando e pouquíssimos debates aconteceram. Tivemos alguns debates que nada tinham a ver com a luta pelas necessidades estudantis, como os “7 problemas do milênio”. Não vimos acontecer nenhuma assembleia estudantil ainda este ano. E não por falta de problemas que os estudantes precisam responder, afinal estamos sem lanchonete já faz um ano, o espaço da vivência está ameaçado de virar sala de aula, nossa xérox foi privatizada, dentre vários outros. Além disso, questões corriqueiras, como a aprovação da prestação de contas do CAMAT e a intervenção e os informes do RDs, não são levadas à discussão e ação dos estudantes, pois não temos assembleias ordinárias. Ao invés delas, criaram-se reuniões de gestão aberta a voz e voto que as substituíram. Defendemos as reuniões de gestão abertas, mas com voto apenas da diretoria, pois é ela quem se comprometeu e responsabilizou coletivamente diante da maioria estudantil.. O organismo de discussão, deliberação e prática do conjunto dos estudantes são as assembleias, soberanas acima da diretoria, e este fórum precisa ser fortalecido no IME.
    Por entender que só conseguiremos nossas reivindicações se nos organizarmos e lutarmos é que defendemos um CAMAT de luta. Devemos ter um centro acadêmico que organize o movimento estudantil ao redor das reivindicações mais sentidas pelos estudantes, como o combate aos altos índices de reprovação, falta de professores e disciplinas, privatizações etc. Não devemos tê-lo como um órgão que substitua a ação coletiva dos estudantes, que pretenda resolver sozinho os problemas coletivos. Seu papel é o de convocar os estudantes à luta. É nas assembleias que o conjunto do movimento estudantil discute, delibera e põe em prática suas ações. Este é o meio democrático de decisão e prática. É importante dizer que a ação direta (os piquetes, as greves, as ocupações etc.) é o que irá conseguir arrancar da diretoria, da reitoria e do governo nossas reivindicações. E isto é um aprendizado histórico da classe operária e, nós estudantes, o tomamos emprestado para fazer valer a vontade da maioria. Na USP, o bandejão da física e o CRUSP, que foram frutos de ocupações, são exemplos deste aprendizado.
    Propagandear a ilusão de que através da atual estrutura de poder, desde que com maior participação de estudantes e funcionários no seu interior, poderemos conseguir nossas reivindicações, como o fazem as atuais gestões do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do CAMAT, apenas joga contra a força estudantil. Faz parte desta ilusão, acreditar que através da mudança de como se elegem os burocratas que irão governar a universidade, como o voto paritário para reitor e diretor, mudaremos a essência da estrutura antidemocrática de poder vigente. A congregação, a comissão de graduação (CG), o conselho universitário (CO) etc., são todos órgãos alheios à maioria dos que estudam e trabalham e expressão os interesses de uma minoria externa a universidade, a burguesia. Não é por menos que vemos crescer cada vez mais a elitização e a privatização da USP.
    Toda a atual estrutura burocrática da universidade deve ser varrida, e não mantida com uma maquiagem pseudo-democrática. Os que estudam e trabalham devem acreditar em suas próprias forças e em seus meios de organização. Será a assembleia geral universitária, construída na mobilização massiva de estudantes, funcionários e professores, e um governo tripartite submetido a ela que substituirão os órgãos antidemocráticos da universidade.
    Em defesa de uma chapa programa que defenda a universidade pública e o método da ação direta!

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