quarta-feira, 25 de abril de 2012

Balanço da ‘eleição’ para Reitor da UECE

A CENTELHA IV internacional comunista

O terrível erro do movimento estudantil em avalizar a farsa da consulta!

    No dia 11 de abril, ocorreu a ‘eleição’ para Reitor da UECE. A eleição (na verdade uma consulta, já que após o escrutínio formou-se uma lista tríplice a ser enviada ao governador que escolhe, de fato, o Reitor) teve três chapas concorrentes: Chapa 1 - “Em defesa da UECE” (Lia/Eudes Baima). Chapa 2- “A UECE fala outras palavras” (José Ferreira Nunes/BC Neto) e Chapa 3 - “Ousadia e transformação” (Jackson/Idelbrando).
    No dia da votação, teve início o ridículo circo eleitoral, com estudantes, professores e servidores vestindo camisas das diferentes chapas, distribuindo panfletos e convocando todos a “escolherem” o próximo Reitor da UECE. A grande maioria dos estudantes acompanhou indiferente o processo eleitoral. A maioria literalmente ignorou o que se passava na universidade e não poucos desconheciam que a consulta ocorreria sob a égide da antidemocrática lei (LDB, art. 56) que estabelece a proporção entre os setores de 70% professores/15% servidores/15% estudantes.     A farsesca ‘eleição’ deu vitória à Chapa 3 (Jackson/Idelbrando) com 40,7% dos votos contra 16,8% da Chapa 1 e 7,9% da Chapa 2. Dos mais de 20 mil alunos aptos a votar (segundo o comunicado nº 05 da Comissão eleitoral) apenas 3.749 votaram, ou seja, a abstenção estudantil foi de 82%! Os votos brancos, nulos e abstenções totalizaram 34,5% dos votos.

Posição das correntes do movimento estudantil

    O PSTU/ANEL, a princípio, discutiu o apoio a uma das chapas em disputa. Na reta final, porém, mudou de posição e passou a defender o boicote às ‘eleições’. Sua defesa do boicote foi meramente formal. Não fez nenhuma campanha, panfletagem ou cartaz.
     Pior ainda foi o posicionamento da maioria do movimento estudantil, dirigido pela Consulta Popular e PSOL, que resolveu apoiar a chapa “Em defesa da UECE” com a justificativa de ser composta por membros do Sindicato dos docentes (Sinduece) e por se apresentar como ‘chapa da oposição’. Não convocaram os estudantes a discutir a autonomia universitária, a debater como lutar contra o brutal sucateamento da universidade e sequer propagandearam sua pseudo-democrática bandeira de paridade (cada setor tem o mesmo peso nas eleições). Venderam ilusões sobre a possibilidade de melhorar a universidade respeitando as minguadas verbas e a inexistente autonomia frente ao governo do estado. Diziam que diante da conjuntura de precarização da universidade, da falta de professores, infraestrutura, de bolsas de estudo e da composição das outras chapas, era importante apoiar a chapa opositora etc. Assim, essas organizações referendaram a farsa destas ‘eleições”.

Posição da Corrente Proletária Estudantil/CPE

    A CPE não apoiou nenhuma chapa, defendeu o boicote à consulta e fez um chamado à luta, dirigido aos estudantes, por meio de cartazes e panfletos. Explicou que a eleição para Reitor é um problema de autonomia universitária, que é negada pelo estado burguês (lista tríplice a ser enviada ao governador) e que só é possível conquistá-la com a greve estudantil-docente e o enfrentamento radicalizado com os governos. Denunciou o discurso falacioso de que é possível, por meio da farsa eleitoral, mudar a estrutura burocrática da UECE e assegurar a autonomia da instituição. A CPE não rechaça, por principio, a via da disputa eleitoral para Reitor, mesmo na draconiana forma atual, desde que essa disputa estruture-se em contato com o movimento estudantil-docente, tenha seus passos controlados pela base através de plenárias deliberativas e esteja subordinada à ação direta para arrancar o direito da universidade eleger sua própria administração sem a interferência dos governos.
    A CPE atuou neste processo combatendo a paridade e defendendo o voto universal e a soberania da Assembléia Universitária.

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