terça-feira, 15 de outubro de 2013

Unificar os movimentos a partir das reivindicações gerais e na ação coletiva

Unificar os movimentos a partir das reivindicações gerais e na ação coletiva

Tem crescido o movimento grevista, de ocupações e bloqueios. Operários da Toyota em greve, bancários e correios estiveram por quase um mês em greve nacional. Os petroleiros estão com indicativo de greve para o dia 17 de outubro. Professores da rede estadual e municipal mantêm uma greve heroica com dura repressão policial no Rio de Janeiro. Há uma greve generalizada do funcionalismo público em Natal, Rio Grande do Norte. Estudantes da USP, Unicamp e UECE ocupam suas reitorias. O movimento indígena bloqueia estradas contra o projeto de lei que acabam com a demarcação de terras.

As greves e outros movimentos somente não estremeceram o país devido à enorme divisão imposta pela burocracia sindical corporativista e conciliadora. No dia de hoje haverá manifestações por todo o Brasil em defesa da educação pública, mas também acontecem sem uma organização unitária. A bandeira comum a todas é a da educação pública e defesa dos professores do Rio de Janeiro, que foram brutalmente reprimidos na luta contra um plano de carreira precarizante.

Precarização e repressão andam lado a lado

Enquanto o funcionalismo vem sendo precarizado com reajustes salariais que não re- põem sequer a inflação, com planos de carreira que atacam as condições de trabalho e de salário, no Congresso Nacional está para ser votado o PL-4330, que amplia a terceirização. A classe operária e os demais assalariados estão prestes a receber um golpe na nuca. A CUT, Força Sindical, CTB, CSP-Conlutas, etc. ensaiaram uma resistência, mas não foram além de algumas manifestações. Não assumiram decididamente derrubar a ofensiva empresarial. As condições de greve e lutas espalhadas por todo o país, no entanto, permitiam organizar a greve geral. A derrubada do PL-4330 é do interesse geral dos assalariados. Os explorados já têm suficiente experiência com a terceirização para rechaçá-la em greve e nas ruas. Faltam trabalho e organização das Centrais e sindicatos. Perde-se o momento em que as tendências de luta vêm à tona.

A resposta dos governos ao ascenso do movimento, que vai às ruas contra os ataques dos capitalistas, é a repressão, como a investida contra os professores no Rio de Janeiro ou a criação de decretos que proíbem a utilização de máscaras em manifestações (CEIV) e prisões de manifestantes em suas casas. Em São Paulo, ressuscitam a Lei de Segurança Nacional, instrumento criado pela ditadura militar para prender sem direito à fiança os manifestantes contra o regime.

Os capitalistas e seus governos se armam para conter as massas insatisfeitas com o aumento da opressão (desemprego, rebaixamento do piso salarial, planos de carreira antioperário, aumento do custo de vida, avanço das privatizações, destruição dos serviços públicos como educação, saúde e previdência etc.). Em período de vacas magras, se esgotam as fontes de contenção pelas vias assistencialistas, pelos mecanismos financeiros de endividamento (empréstimos). A força física e das leis burguesas serão os instrumentos usados contra as massas insatisfeitas por terem de carregar o peso da crise capitalista.

Estamos diante de uma situação propícia para organizar um movimento nacional unitário dos explorados, sobre a base de reivindicações que de fato defendem a vida das massas, porém não temos uma direção classista e revolucionária à altura dos acontecimentos.

A defesa da maioria explorada é a defesa do salário e do emprego

A resposta das massas deve ser a unidade na ação, nas ruas. Cabe às organizações sindicais, estudantis e populares organizarem esta unificação. Está na ordem do dia um só movimento de defesa da vida de todos os explorados, na defesa do trabalho a todos e dos salários.

Por um salário mínimo vital que atenda a todas as necessidades de uma família de quatro pessoas – em nossos cálculos equivale a R$4.000,00 – corrigido automaticamente de acordo com a inflação – escala móvel de salários.

Pelo direito irrestrito de se organizar, expressar e se manifestar pelas reivindicações.

Abaixo a repressão! Abaixo a Lei de Segurança Nacional! Abaixo o decreto contra o uso de máscaras!

Constituir uma frente de luta para combater e derrotar os capitalistas e seus governos, pelas reivindicações gerais das massas!

A força das massas está nas ruas!

Defender os lutadores contra a repressão!

Para podermos avançar na luta é imprescindível que defendamos os camaradas que estão sendo perseguidos politicamente. Por isso, chamamos todos os lutadores a:

2ª Reunião do Comitê Estadual contra a Repressão
Sexta, dia 18/10, às 20h, na Reitoria Ocupada da USP

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