quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Agora é greve!

Erlen Meier - Catalisador

Agora é greve!

Ontem ocorreu um Conselho Universitário (CO) que iria discutir a nova força de eleição para reitor. Ao mesmo tempo os estudantes, professores e funcionários faziam uma manifestação em frente à reitoria. Devido ao autoritarismo dos burocratas que comandam o CO, a proposta levantada pelos representantes dos estudantes e funcionários de que aquela reunião fosse aberta foi rechaçada por meio de uma manobra. Diante disso, os estudantes e funcionários ocuparam a reitoria.

No período da noite, foi realizada uma assembleia estudantil com cerca de mil estudantes. Nela foi aprovada a continuidade da ocupação e a greve geral estudantil. Além disso foram aprovadas resoluções políticas que dão norte ao movimento. Sobre o método de eleição: eleição direta paritária. Sobre a estrutura de poder: dissolução do CO e a constituição de um governo tripartite com mandatos revogáveis e submetido à assembleia geral universitária. E ainda foi aprovada a estatuinte livre e soberana.

A gestão do CAFB (CinquentA) soltou, na tarde desta quarta, uma nota sobre o ocorrido. Gostaríamos primeiro de esclarecer que o governo tripartite foi aprovado, com contagem dos votos, em oposição à eleição de um reitor, o que a nota ignora. Sobre a ocupação da reitoria de 2011, também há uma deturpação: o eixo do movimento não era só o “Fora PM”, mas também o “fim dos processos contra estudantes e trabalhadores” e o “Fora Rodas”. Ou seja, aquela luta era contra o mesmo autoritarismo que levou a esta ocupação. E sobre a legitimidade dela, é importante salientar que foi uma assembleia com mais de 800 estudantes que decidiu pela ocupação. O que aconteceu em seguida foi que a gestão do DCE (PSOL), junto ao PSTU, que foram contrários à ocupação e ficaram como minoria, não acataram a decisão da maioria e romperam com o movimento. Depois disso, passaram a deslegitimar a ação coletiva, o que inclusive foi usado no posterior processo contra os manifestantes.

O Catalisador defende que os estudantes da farmácia acatem a decisão da assembleia geral e decretem a greve estudantil também. A luta contra o autoritarismo também é nossa! Recentemente até o mais elementar direito de divulgar nossas atividades está sendo podada: a diretoria da FCF proibiu a colagem de qualquer cartaz na nossa faculdade.

A greve é uma medida de força que têm dois sentidos essenciais: o primeiro é o de liberar os estudantes das atividades acadêmicas (das aulas, dos trabalhos, das provas etc.); o segundo de colocar em cheque o poder na universidade. Não é possível, ou no mínimo e muito difícil, manter uma ocupação quando os estudante estão sobre a pressão dos trabalhos, das aulas, das provas etc. Sem a paralisação das atividades acadêmicas, não há espaço para realização destas atividades políticas intensas. Paralisar as aulas e alterar a normalidade do calendário acadêmico também diz respeito a quem manda na universidade. Como podemos continuar as aulas, enquanto aqueles que decidem sobre a universidade sequer nos dão ouvidos? A luta contra o autoritarismo também precisa se impor sobre a decisão do calendário de aulas.

Para garantir a nossa greve precisamos inviabilizar as aulas, o que só conseguiremos se fizermos piquetes. Podemos realizar o piquete de diversas maneiras: fazendo barricadas (colocando todas as mesas e cadeiras na porta da sala), fazendo barulho (com tambores, caixa de som, apitos etc.) ou mesmo colocando uma comissão na porta que impeça a entrada do professor e dos estudantes. Mas precisamos ter claro também, que o piquete só funciona quando é um instrumento de fazer prevalecer a decisão da maioria de paralisar as aulas. Ou seja, se uma minoria decide por isso, ela não terá força para tal.

Lembramos que amanhã às 11h30 haverá outra assembleia da farma no CV e às 18h teremos a assembleia geral dos estudantes em frente à reitoria ocupada.

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