terça-feira, 8 de outubro de 2013

As assembleias mostraram que a farma quer greve!

Erlen Meier - Catalisador

As assembleias mostraram que a farma quer greve!

Semana passada aconteceu a assembleia da farma que discutiu o movimento que esta acontecendo na USP. Nela discutimos a adesão da farmácia à greve geral e quais seriam nossas bandeiras. O encaminhamento da greve se deu da seguinte forma: se houvesse quórum de 10% dos estudantes na assembleia e a maioria votasse pela greve, então ela estaria decretada. A maioria esmagadora dos presentes votou pela greve imediata. Mas faltaram dois estudantes para atingir o quórum estabelecido. Isso mostra que existe uma tendência pela greve na farma. Na assembleia de hoje, precisamos aprová-la e se incorporar ao movimento grevista geral.

A greve é importante porque libera os estudantes das tarefas acadêmicas (e são muitas!) e possibilita a participação nas atividades políticas do movimento. A ocupação da reitoria serve como medida de força para o atendimento de nossas reivindicações. Através dos meios institucionais nos foi negado até o direito de assistir a reunião do Conselho Universitário que decidiu a nova forma de eleição para reitor. A medida de força foi então uma expressão do esgotamento desta via. Até o presente momento a reitoria segue intransigente perante nossas reivindicações, tendo sequer negociado. Assim, a continuidade da ocupação é uma necessidade.

Greves inéditas

Desde o inicio do movimento grevista muitas unidades aderiram. O curso de Relações Internacionais decretou a primeira greve estudantil de sua história. Isso mostra que mesmo em cursos sem tradição grevista é possível realizá-la. Se a farma não tem essa tradição, então a nossa ultima assembleia mostrou que este é o momento mais propício para iniciar esta tradição de luta.

Bandeiras do movimento geral e da Farma

Na ultima assembleia discutimos se iríamos aderir ao movimento com as bandeiras tiradas na assembleia geral ou com bandeiras próprias. Foi aprovado que iríamos com bandeiras próprias, que no caso foi a de “eleição direta paritária para reitor”.

O Catalisador faz uma autocrítica neste ponto, pois não esclareceu que não havia oposição entre defender as bandeiras do movimento geral e aprovar bandeiras próprias. Devemos ratificar a luta da farma como parte da luta geral, o que significa que iremos lutar pelas bandeiras que forem aprovadas pela assembleia geral. E isso só é possível, pois o essencial do movimento é apoiado por nós. Por outro lado, também é importante que se tire quais são as bandeiras gerais que a farma avalia como as mais corretas. Essas bandeiras devem ser levadas ao movimento geral para serem disputadas e serem aprovadas ou não, de acordo com votação de maioria e minoria. Isso é importante porque em um movimento geral de tamanha magnitude a unidade é fundamental.

O tal do “governo tripartite”

O Catalisador avalia que a bandeira geral mais adequada para responder à estrutura de poder antidemocrática é a de governo tripartite, eleito com voto universal, com mandatos revogáveis e submetido à assembleia geral universitária.

Defendemos esta forma de governo, pois ela será representante da maioria dos que estudam e trabalham. Hoje temos fundações e indústrias que ditam o que será pesquisado pela universidade. No Conselho Universitário, por exemplo, há cadeiras para a FIESP (Federação das indústrias) e para o agronegócio. Essa estrutura acaba levando à exclusão de certas pesquisas, como de doenças negligenciadas (malária, leishmaniose etc.) devido à sua baixa rentabilidade. Ou seja, a atual estrutura atende aos interesses de uma minoria que detém o controle da universidade.

O governo tripartite acabará com este tipo de lógica: uma de suas primeiras tarefas é a da acabar com as privatizações, ou seja, de acabar com as fundações e terceirizações. Isso por que este governo será expressão da luta do conjunto da universidade e não de uma minoria com o poder.

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