segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Balanço XI congresso de estudantes da USP - IME

Balanço do XI congresso de estudantes da USP - IME

    A corrente proletária participou do congresso com um delegado do IME, eleito a partir da chapa Poder Estudantil. Para nós é importante que os estudantes tenham clareza de todo o processo, por isso começaremos nosso balanço desde sua construção.

Construção do congresso e a tiragem de delegados

    O XI Congresso de Estudantes da USP foi convocado pela direção do DCE (Gestão Não Vou me Adaptar – frente PSOL/PSTU) com o tema “Democracia na USP”. Tal tema desde o início esteve oposto à mobilização e a luta dos estudantes do final de 2011. A direção estudantil votou em um CCA e depois em uma assembleia geral que o tema fosse “democracia” em abstrato contra os eixos do movimento estudantil do ano passado (“Fora PM”, “Fim dos processos políticos” e “Fora Rodas”).
    No IME, as inscrições de chapa aconteceram no final do semestre passado, aos 45 minutos do segundo tempo. A pífia divulgação que foi feita aconteceu no site do DCE. No pouco tempo que nos restou, tentamos organizar uma chapa e surgiu a Poder Estudantil. No inicio deste semestre lançamos um manifesto pedindo a reabertura das inscrições de chapa e o adiamento das eleições, para que o processo fosse mais democrático. Reivindicamos também que houvesse um debate entre as chapas, para que os estudantes pudessem conhecer as diferentes linhas políticas que estavam em disputa. Nenhuma de nossas reivindicações foi aceita. Ocorreu apenas um debate pré-congresso, que claramente servia para propagandear a linha política do DCE. Com isso, o centro acadêmico, que organizou as eleições, privilegiou a chapa que surgiu dele próprio, pois tinham a mesma linha política e inclusive vários membros do DCE. Mesmo assim, a chapa foi construída com base nas relações de amizade e não na discussão política: não elaborou um programa político discutido pela chapa. A Poder Estudantil, elaborou um programa e um manifesto, os quais foram divulgados o mais amplamente que se pode.
    Terminado o período de abertura das urnas em uma sexta-feira, ao invés de imediatamente se apurar o resultado, as urnas foram guardadas no CAMAT para apuração apenas na segunda-feira. Pior do que o fato das urnas terem dormido um final de semana no CA, foi a apuração ter sido adiada mais uma vez. De fato, apurou-se apenas na terça-feira. E novamente, os estudantes ficaram alijados do processo: o resultado simplesmente não foi divulgado. Um companheiro da Poder Estudantil participou da apuração e soubemos que foram eleitos 21 delegados, sendo 2 deles nossos.
    É importante que as chapas e os delegados deem retorno para os estudantes sobre seus posicionamentos, para que estes possam avalia a sua corretude e se os delegados tirados estavam de acordo com o que propagandearam. É de suma importância também que os delegados que não compareceram a alguma atividade se justifiquem publicamente. Por isso, publicamos ao final um box com a justificativa do companheiro da Poder Estudantil que não pode comparecer as atividades por questões de saúde. Esperamos que todos os outros delegados que se ausentaram de alguma atividade façam o mesmo.

    As plenárias e os debates durante o congresso

    O congresso contou com dois debates, uma festa, uma atividade cultural (leia-se segunda festa), um painel e apenas dois grupos de discussão (GDs). Reivindicamos mais GDs, pois é neles que o estudante tem espaço para intervir e discutir politicamente de forma direta com estudantes de outros cursos e de outras linhas políticas. Tentamos já na plenária de abertura reivindicar essa questão básica, pois não havia um GD específico sobre conjuntura e em congressos anteriores já se teve dias com os três períodos reservados apenas para GDs. Mas todas nossas propostas da plenária de abertura foram votadas em bloco e, graças a isso, sequer pudemos explicá-las para que fossem apreciadas e votadas pelo plenário. Para piorar a situação, o GD de sábado, sobre movimento estudantil, teve o tempo reduzido pelo horário do almoço.
    Na plenária final do congresso “por democracia” três pontos merecem destaques: 1) A proposta antidemocrática da mesa de eliminar as declarações de abstenção (travestida de “escrever a abstenção para ser divulgada no site do DCE”); 2) Não se ter viabilizado um caderno de resoluções para os delegados; 3) mais da metade das resoluções sobre movimento estudantil (aquele que teve o GD curto) não terem sido votadas sem que houvesse um esforço por parte do DCE para viabilizar a votação.
    O congresso desvinculado da luta e das bases estudantis expressou sua incapacidade de ser democrático. O direito de declaração de abstenção é elementar e garante que se expressem aqueles que ou não tiveram sua posição expressa na votação ou mesmo que fossem contra a própria votação. Este direito quase foi ceifado pela gestão do DCE. O caderno de resoluções é o mínimo que um delegado precisa ter para poder se posicionar com clareza; é fácil se perder nas votações se você apenas ouve da mesa a leitura das propostas, principalmente as propostas que nenhum outro delegado apresenta destaque e é lida apenas uma vez. Mesmo com uma indicação do primeiro dia da plenária final para que se viabilizasse isso, não foi feito (e a comissão organizadora, composta pelo DCE e vários CAs, inclusive o CAMAT, sequer se pronunciou sobre a questão no dia seguinte).
    Expressou também a incapacidade de organizar e fortalecer a luta. Só ter votado as principais polêmicas sobre movimento, uma campanha genérica e um debate sobre os processos e não ter encaminhado a organização da luta de fato, o fortalecimento dos fóruns de base (assembleias) e mais da metade das propostas sobre o movimento é uma mostra disso. Congressos anteriores já se estenderam por mais de um fim de semana para garantir a votação de todas as propostas. A nota no site do DCE sobre o XI congresso é uma boa amostra da falta de manifestações de ação direta: serão realizados um debate e uma campanha (de divulgação do andamento dos processos) em setembro; e um plebiscito a respeito das diretas para reitor e da estatuinte, em outubro. E nada de ação direta. Pior, já coloca como tarefa do movimento organizar a calourada(!) de 2013, para “iniciar o ano com um grande mobilização em torno da democracia na USP”. Isso porque diziam, para acabar com a greve do começo do ano, que 2012 seria “um ano de uma grande mobilização”. Para a direção do movimento (PSOL/PSTU) uma “grande mobilização” não é sinônimo de ação direta, ou seja, é uma grande hipocrisia.
    É necessário retomar a organização em assembleias, atos de rua massivos, greves, piquetes etc., para fortalecer o movimento. Não é só com um debate, uma campanha com boletim e cartazes que faremos a reitoria recuar em seus intentos de eliminar o movimento estudantil da universidade. Menos ainda, se conseguirá assim a tal “democracia”. Somente retomando o movimento do final de 2011, ampliando-o para além da universidade com os demais movimentos sociais, em especial o movimento operário, poderemos barrar os processos e impor uma derrota de fato à reitoria e ao governo.


Justificativa de ausência no XI congresso

    Eu, Roberto, delegado eleito pela chapa PODER ESTUDANTIL infelizmente não pude comparecer ao XI Congresso de Estudantil da USP porque o HU (Hospital Universitário) marcou um exame para ser realizado na manhã de sexta-feira (segundo dia do congresso). Infelizmente a preparação desse exame exige que o paciente não saia de casa no dia anterior ao exame e pelo menos 12 horas após o exame. Consegui fazer o credenciamento ainda na sexta-feira a noite, pois moro no CRUSP e o deslocamento foi possível. Porém na manhã de sábado eu não estava bem e não pude participar do segundo e último grupo de discussão (GD). Pelas regras do congresso é necessário participar de pelo menos um GD para participar como delegado na plenária final que aconteceu no sábado e domingo.
Lamento o acontecido e sei que é uma grande falta, mas infelizmente o não comparecimento ao HU faria eu esperar mais alguns meses para o exame visto que já estava no aguardo desde de junho do presente ano.

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