quinta-feira, 17 de maio de 2012

À assembleia geral da USP

O movimento pelo fim dos processos deu um passo à frente
Protesto de rua leva ao adiamento de depoimentos de estudantes ameaçados de eliminação

Convocar massivamente nova manifestação para o próximo depoimento! Paralisar as aulas para permitir que todos possam se juntar à luta! Realizar uma ampla campanha dentro e fora da universidade pelo fim dos processos políticos!

    O protesto contra os processos políticos de eliminação de estudantes e demissão política de funcionários da USP agrupou cerca de 500 estudantes e trabalhadores, realizou um protesto em frente ao bunker da comissão processante na Rua Alvarenga e uma passeata até a Vital Brasil, retornando depois para um ato em frente à reitoria. Os depoimentos de estudantes agendados para esse dia, os primeiros da lista de mais de cinquenta chamados com o objetivo explícito de eliminação por meio da aplicação do regimento disciplinar elaborado pela ditadura militar em 1972, foram adiados. Foi um passo pequeno, mas importante, dado pelo movimento. Indica que o caminho para derrubar a perseguição política sobre os que estudam e trabalham é a mobilização de rua, que deve ser fortalecida e ampliada.
    A repressão é um instrumento do reitor-interventor para impor, através do terror, suas políticas privatistas, elitistas e de precarização na universidade. Tais como a reforma do regimento da pós graduação, que quebra a já precária autonomia e estabelece um conteúdo e gestão empresariais. O combate à repressão deve estar ligado à defesa da universidade pública e gratuita, ligado às reivindicações dos que estudam e trabalham, em choque com as medidas da reitoria autoritária.
    A repressão não é particularidade da USP: na Unifesp, há 48 estudantes processados e já se aprovou sindicância para abrir processo interno contra os que estão à frente do atual movimento grevista. Fora das universidades, professores de Ilha Bela estão nomia dos movimentos e o direito de greve e impõe multas e punições aos sindicatos; sem-teto são desalojados violentamente em ações repressivas seguidas pelo país; lideranças camponesas são assassinadas a céu aberto e predomina a impunidade.
    É preciso organizar um movimento unitário de todos os setores contra a repressão aos movimentos. Nossos companheiros estudantes e trabalhadores processados têm de ser defendidos, juntamente aos demais trabalhadores que têm sofrido com o terror do Estado sobre os movimentos.
    Não se trata de limitar a luta a defesa jurídica e protestos de denúncia. É preciso ação de massa. É preciso levar a luta para fora da universidade, projetá-la para o conjunto da população assalariada.
    Por isso, propomos:
    1) Novo protesto na Rua Alvarenga no próximo dia de depoimentos, com paralisação de aulas para garantir a presença massiva de estudantes, professores e funcionários;
    2) Moção e notas para boletins a serem levadas a todos os sindicatos e associações;
    3) Ampla campanha de colagem de cartazes e distribuição de panfletos dentro e fora da universidade: distribuição nas estações de metrô e trem; cartazes e boletins para as escolas;

Campanha Salarial: reitor-interventor, chefe do Cruesp, impõe reajuste de quase metade do reivindicado pelos professores e funcionários

    A data base de reajuste salarial de docentes e funcionários das universidades paulistas é 1º de maio. Dentre as várias reivindicações levantadas, destaca-se a de reajuste de 11% sobre os salários. Os reitores, chefiados pelo reitor-interventor da USP, Grandino Rodas, apresentaram no dia 16/05 sua “decisão”: 6,14%, baseado no índice FIPE de 4,14% mais 2%. Ora, todos sabemos que a inflação real está bem acima dos 4%, principalmente sobre os gêneros de primeira necessidade. E veja que o índice não é apresentado como uma proposta a ser negociada com os sindicatos, mas uma decisão a ser imposta e aceita. A campanha salarial de professores e funcionários tem defendido também o fim dos processos políticos contra estudantes e trabalhadores.
    A defesa das reivindicações de professores e funcionários interessa a todos os estudantes. Defendemos:
    1) O atendimento das reivindicações de professores e funcionários;
    2) A abertura imediata de negociação pela reitoria ao redor da pauta apresentada;
    3) A unidade real dos três setores (estudantes, professores e funcionários), que só pode ser efetivada na prática com a discussão conjunta das reivindicações, formação conjunta de comissão de negociação, deliberação conjunta de ações de massa; tudo isso depende de construir a assembleia geral universitária, com voto universal, que mobilize, discuta, delibere e ponha em prática o que for necessário para vencer a intransigência e autoritarismo do reitor-interventor e do Cruesp por ele dirigido.

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