quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Retomar a luta na UNIFESP Guarulhos

Assembleia Unifesp Guarulhos:

Organização do movimento estudantil para responder aos problemas estruturais do campus provisório!
Garantir o retorno da Universidade para o bairro dos Pimentas/Guarulhos!

No dia 11 de dezembro ocorreu no campus de Guarulhos uma assembleia geral de estudantes para responder ao descontentamento dos estudantes à falta de estrutura do campus provisório, principalmente com a falta de água, o retorno ao Pimentas e a colaboração com a ditadura militar por parte do ex-reitor da Unifesp, Walter Albertoni. Foram aprovadas: Ato na Congregação do dia 12 de dezembro, audiência pública com a reitora em janeiro, mesa de discussão para balanço do movimento de 2012.

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) incorporou a convocação da assembleia e compôs a sua mesa. Em sua defesa, responsabilizou a direção do campus pela falta de estrutura do prédio, buscando isentar a gestão “plural e democrática” da atual reitoria. Ignorou o fato do contrato com o Torricelli ter sido imposto por ela: um contrato de 15 milhões de reais para a rede privada de ensino. O fato é que a diretoria acadêmica é composta por uma burocracia servil, que, com seus interesses elitistas, sequer avaliou as condições do colégio Torricelli/Anhanguera na sanha de sair do bairro dos Pimentas. Diante da imposição da reitoria a gestão do DCE sequer se opôs a saída do bairro dos Pimentas para o centro de Guarulhos, anunciou como um fato inquestionável e acabou por ficar ao lado da reitoria.

Há uma crise na burocracia da Unifesp. A reitora, que se reivindica dos movimentos sociais, está impossibilitada de realizar uma gestão ‘plural e democrática’ sem confrontar os interesses da burocracia conservadora do campus de São Paulo, que se opõe à universidade no bairro pobre. Quando é colocada entre a defesa dos estudantes, principalmente os de Guarulhos, e a defesa da “governabilidade”(a defesa da burocracia) faz demagogia para os estudantes e fica ao lado dos demais burocratas. O acordo com a rede privada Torricelli/Anhanguera no centro de Guarulhos foi uma imposição ‘aparentemente’ da reitora, mas que favoreceu aos interesses dos sabotadores da universidade no bairro pobre dos Pimentas/Guarulhos, pertencentes a burocracia conservadora do campus São Paulo. Esta mesma reitora fez demagogia sobre os processos políticos contra os estudantes, quando mentiu ao dizer em audiência pública que havia retirado os processos administrativos, sendo que apenas parou para mudar a comissão de sindicância.

Durante os encaminhamentos da assembleia, os professores conservadores, com o medo da mobilização estudantil, liberaram os estudantes para votarem contra a greve, sendo que nem havia a proposta de greve. Esta ingerência dos professores é um ataque à decisão da maioria, um ataque à democracia estudantil. Utilizaram os estudantes como massa de manobra em defesa de seus interesses. É necessário que o movimento retome as assembleias estudantis e dê uma resposta em defesa da independência organizativa e política do movimento. Se os professores querem manobrar, então que paremos toda a faculdade nos dias de assembleia, para que todos possam participar de maneira democrática e não como massa de manobra que apenas vota, não propõe, não discute e não realiza nenhuma ação prática em defesa dos próprios estudantes. Somente com os instrumentos de decisão da maioria e com a ação direta será possível responder aos problemas enfrentados na Universidade e os boicotes das burocracias servis e autoritária.

Os estudantes devem se organizar para decidir os rumos da Unifesp/Pimentas. A luta de cinco meses de greve em 2012, em defesa da universidade pública, não podem ser jogadas no lixo. Devem exigir que a reitoria se comprometa publicamente a retornar ao bairro dos Pimentas. É necessário também retomar o comitê de mobilização, para que rearticule a luta estudantil em defesa dos lutadores e das condições de estudo e permanência. É através dele que poderemos articular a intervenção dos estudantes na audiência pública com a reitora (que deverá dar uma boa resposta à demagogia feita no cara a cara com a Soraya, onde ela disse defender a luta dos estudantes) e rearticular o movimento para que faça um balanço da luta de 2012 e organizar a luta de 2014.

Que a reitora extinga os processos administrativos na universidade contra os lutadores

A reitora Soraya Smailli, em passado recente, anunciou que os processos administrativos contra os estudantes que lutaram pela melhoria das condições de infraestrutura para o ensino e a permanência do campus Pimentas, abertos na gestão de Walter Albertoni, tinham sido encerrados. Porém recuou da sua afirmação, explicando que tais sindicâncias não poderiam ser encerradas sem os pareceres das respectivas comissões responsáveis por sua análise, segundo recomendação da Controladoria Geral da União (CGU).

A reitora da universidade manifestou-se oficialmente em maio deste ano que é “contrária a qualquer medida repressiva contra manifestações de membros da comunidade acadêmica”. Por que então sindicâncias que foram abertas com a intenção de punir disciplinarmente estudantes envolvidos nas manifestações de 2012 são mantidas, ainda mais abertas pelo carrasco Albertoni, recém descoberto simpatizante da ditadura dos militares?

No debate “cara a cara com Soraya”, realizada em 03/12 no campus da medicina, a reitora reivindicou que foi a luta dos estudantes que conquistou melhorias para o campus. Mas quando foi indagada sobre os estudantes dos Pimentas, que estão sendo processados por lutarem em defesa de condições mínimas de infraestrutura, disse que isso era passado. Ora, a reitora defende a luta dos estudantes ou só faz demagogia?

Não defender os processados sob o argumento de seguir as orientações para manter a governabilbidade, como diante do CGU, só demonstra que esta gestão é tão subserviente ao Estado quanto as demais. Se defende que “a instauração de processos criminais contra aqueles que lutavam em defesa de reivindicações para a Unifesp como um todo não é o caminho para resolver conflitos de caráter político no âmbito da universidade”, então a reitora deveria imediatamente tomar posição em defesa de todos os estudantes que estão sendo perseguidos, extinguir os processos e sindicâncias referentes às greves, manifestações e ocupações políticas, pois visavam a melhoria das condições de ensino e construção de uma verdadeira universidade no bairro dos Pimentas. Deve, inclusive, defender ativamente a absolvição dos estudantes processados criminalmente na Justiça, que voltarão a depor nos tribunais em janeiro de 2014.

Fortalecer o Comitê Estadual Contra a Repressão

Já são centenas de processados na UNIFESP, na USP, na UNESP, UFMT, UNILA, dentre outras, com direito a demissões, prisões e eliminações de estudantes. O ano de 2014 promete um avanço no cerco repressivo aos movimentos com a lei de segurança nacional e a lei marcial para a copa do mundo. As manifestações de rua sofrem grande ataque do aparato estatal, depois da poeira de junho baixar. Alguns operários grevistas das obras do PAC estão presos há mais de um ano.

O ataque repressivo da burguesia aos movimentos de estudantes e trabalhadores precisa de uma resposta organizada e de conjunto. Construa o Comitê Estadual de Luta Contra a Repressão, que surgiu a partir da iniciativa dos fóruns de processados da UNIFESP, USP, UNESP e dos trabalhadores da fábrica ocupada de Campinas, Flaskô com a perspectiva de organizar a defesa política e jurídica dos lutadores nacionalmente. Por enquanto é estadual e já foram realizados dois atos públicos (em agosto e setembro) com a participação de movimentos por moradia.

Pela liberdade imediata de todos os presos políticos!

Pelo fim dos processos contra estudantes e trabalhadores!

Pelo fim do genocídio da população negra, dos trabalhadores do campo e indígenas!

Blog do comitê: http://comitecontrarepressao.wordpress.com

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