terça-feira, 11 de junho de 2013

Passeata contra o aumento das tarifas em São Paulo

Passeata contra o aumento das tarifas

Prefeitura do PT/governo do PSDB taxam a maioria explorada e reprime as manifestações para garantir a alta lucratividade dos capitalistas dos transportes

Rechaçar o aumento do custo de vida com as bandeiras de defesa da vida das massas:

  • Salário mínimo vital com reajuste automático (escala móvel)!
  • Expropriação sem indenização do transporte coletivo sob controle dos trabalhadores e da população!
  • Passe livre para estudantes e desempregados!

O aumento do preço das passagens em São Paulo foi apontado pela prefeitura como inferior à inflação desde o último reajuste. Ocorre que as tarifas subiram, desde a implantação do Plano Real, o dobro da inflação. De R$ 0,65 passaram a R$ 3,20, quando a correção da inflação daria cerca de R$ 1,50.

A comparação feita pela prefeitura (PT) e pelo governo (PSDB) com a inflação desde o último aumento das tarifas serve para esconder a política de repasse, através de subsídios, de uma volumosa soma de dinheiro aos capitalistas que detêm o controle dos transportes públicos. O subsídio dos transportes dado pela Prefeitura às empresas também foi superior ao dobro da inflação do período, chegando a 1,2 bilhão de reais.

A opressão sobre os assalariados e suas famílias tem se intensificado. O número de empregados com carteira assinada tem diminuído. O rendimento médio dos trabalhadores também está em queda. Mais de 40% do rendimento bruto mensal dos trabalhadores são gastos para pagar impostos.

Os trabalhadores pagam duas vezes pelo transporte coletivo: diretamente, com uma tarifa absurda de R$3,20, e indiretamente através dos impostos, que usados para subsidiar as empresas. Assim, os empresários do metrô (linha 4 privatizada) e ônibus têm seus lucros maximizados pelos governos do PSDB e PT.

Estudantes saem às ruas: Haddad defende a repressão

No final da tarde de quinta-feira (06/06) mais de 2000 manifestantes protestaram nas ruas de São Paulo contra o aumento das tarifas dos ônibus e metrô para R$ 3,20. O ato começou pelas ruas do centro e bloqueou a Avenida 23 de maio. Na tarde do dia seguinte (sexta, 07), novo protesto com milhares de manifestantes paralisou importantes vias: Av. Brigadeiro Faria Lima, Av. Rebouças e a Marginal do Rio Pinheiros.

Ambas manifestações foram reprimidas pela polícia com bombas de gás e balas de borracha. A resposta do movimento foi a de continuar paralisando as avenidas e levar adiante as passeatas.

Após as manifestações o prefeito Haddad (PT) reivindicou a repressão das passeatas. Tenta justificá- la com a “necessidade de manter a integridade de quem não participava dos atos”. Na verdade quem colocou em risco a integridade das pessoas foi a polícia militar, ao atirar balas de borracha e bombas de gás. Na manifestação de quinta-feira, pelo menos 30 saíram feridos devido à repressão.

É preciso levantar bem alto a bandeira de ABAIXO À REPRESSÃO. A violência policial contra o movimento serve aos interesses dos capitalistas, que lucram mais e mais com os subsídios da prefeitura e com a tarifa elevadíssima, em contraposição aos interesses da maioria explorada, que luta contra o aumento do custo de vida.

Movimentos se levantam e impõem revogação de tarifas

Em várias cidades pelo país, os movimentos têm se levantado contra o aumento das tarifas. Alguns desses movimentos conseguiram impor a revogação do aumento, por força da mobilização. A revogação mais recente, ainda que em caráter liminar, é a de Goiânia.

Em São Paulo, apesar do movimento ter se projetado, ainda foi uma manifestação de vanguarda, falta ainda uma convocação ampla nas salas de aula, convocar assembleias e votar paralisações, de forma a constituir um movimento massivo. Somente com milhares nas ruas, afetando a economia capitalista, é que teremos força para derrotar o aumento das passagens.

É preciso também levantar as bandeiras gerais de defesa da vida das massas, de forma a configurar uma unidade dos oprimidos contra os capitalistas e seus governos. A defesa das bandeiras de Salário mínimo vital, suficiente para o sustento de uma família (pelo menos 4 mil reais) reajustado automaticamente, da estatização sem indenização do transporte e controle coletivo dos trabalhadores e da população, e do passe livre para estudantes e desempregados, leva a esse movimento geral.

Protestos se espalham pelo país

Pelo menos 14 pessoas foram presas na noite de 28/05 durante um protesto organizado por estudantes para pedir a redução da tarifa dos ônibus de Goiânia. Na semana passada, o valor da passagem passou de R$ 2,70 para R$ 3.

Uma manifestação contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro complicou o trânsito no centro do Rio e gerou tumultos. Os manifestantes ocuparam toda a pista central da Avenida Presidente Vargas, na altura do cruzamento com a Avenida Rio Branco – as duas principais vias da região central. Duas pessoas ficaram feridas por balas de borracha disparadas por policias do Batalhão de Choque da Polícia Militar. A passagem no Rio aumentou neste mês de R$ 2,75 para R$ 2,95.

A passagem de ônibus em Porto Alegre (RS) passou de R$ 2,85 para R$ 3,05 em março, um aumento de 7,02%. Os protestos de rua conseguiram reverter o aumento da passagem em abril.

Em maio, em Natal (RN), os protestos de rua foram contra o aumento da passagem de R$ 2,20 para R$ 2,40. Os protestos chegaram a bloquear a BR-101.

A juventude mostra, nas várias capitais e cidades, energia e disposição de luta. É preciso potenciá-las com o programa da classe operária e com as reivindicações que atinjam os interesse dos capitalistas e a política privatizante dos governos municipais, estaduais e federal.

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