quinta-feira, 20 de junho de 2013

Mobilização impõe revogação da tarifa dos transportes

Manifestações com centenas de milhares nas ruas impõem a revogação das tarifas aos governos do PT e PSDB

O movimento ainda tem tarefas: a redução das tarifas nas outras cidades do país! A libertação dos presos políticos e o fim da repressão policial!

Levantar as bandeiras de estatização sem indenização da rede privada de transporte e do salário mínimo vital (pelo menos 4 mil reais) reajustado automaticamente de acordo com a inflação!

Assembleias nos locais de estudo e trabalho! Construir um comando de luta e democrático a partir das assembleias de base! Paralisar as aulas para que todos possam ir às manifestações! Total liberdade de manifestação e expressão políticas!


O que se discute agora

prefeito de São Paulo, Haddad (PT), e o governador Alckmin (PSDB) foram juntos à imprensa anunciar a revogação do aumento das tarifas, que voltam a 3 reais a partir de 24/06. O prefeito do Rio de janeiro os acompanhou e também voltou atrás no aumento.

Foi uma conquista da mobilização, que obrigou os governos a voltarem atrás um dia depois de dizerem que isso era impossível. As massas vão tirar como lição disto que sua mobilização é o caminho para derrotar a intransigência governamental. A principal vitória é política. As massas em luta ganham confiança em sua própria força.

Os governantes disseram que a redução das tarifas terá consequências: aumentar o preço dos combustíveis ou elevar a arrecadação do IPTU, cobrando o imposto até mesmo das moradias mais humildes que hoje são isentas. O autoritário Alckmin afirma que os programas sociais terão cortes.

Os dois se negam a tocar nos lucros dos capitalistas dos transportes e despejam o custo sobre a população assalariada. O movimento terá de responder ao anúncio do governador e do prefeito de que terão de cortar gastos sociais e aumentar impostos. É preciso ter claro que a revogação dos aumentos não muda a situação de pobreza, miséria e penúria da maioria. Foi preciso um gigantesco movimento nacional para se obter uma pequena vitória econômica. Está claro que inúmeras reivindicações e palavras de ordem brotaram nas ruas contra a política burguesa. O MPL no entanto limitou a reivindicação à revogação do aumento das tarifas. Colocou-se de lado a bandeira de passe-livre para os estudantes e desempregados.

Que a revogação do aumento das tarifas recaia somente sobre os capitalistas! É preciso levantar a bandeira de ESTATIZAÇÃO SEM INDENIZAÇÃO DE TODA A REDE DE TRANSPORTE, e CONTROLE COLETIVO POR QUEM TRABALHA E USA! Os capitalistas já lucraram demais!

Unir a juventude aos trabalhadores para enfrentar capitalistas e governo!

A maioria que tem participado das manifestações vem da juventude, que é o setor mais atacado pelo aumento da tarifa. Mas o movimento ganhou apoio porque a maioria está engasgada com a carestia, principalmente sobre a alimentação! Os governos protegem os lucros dos capitalistas e descarregam a crise sobre os trabalhadores, com arrocho salarial e alta dos preços! É hora de defender a vida das famílias trabalhadoras! Levantemos a bandeira do SALÁRIO MÍNIMO VITAL (pelo menos 4 mil reais), reajustado automaticamente de acordo com a inflação (escala móvel)! Essa bandeira defende os assalariados em geral e pode trazê-los para um movimento conjunto com a juventude, elevando a luta ao ponto da paralisação da produção e confrontando capitalistas e governos de uma só vez!

Democracia no movimento! Direito de manifestação e expressão!

Está claro que o movimento de massas tem de poder escolher democraticamente seus rumos. Temos de convocar assembleias em todos os locais de estudo, trabalho e moradia, discutir e aprovar medidas de ação coletivas e eleger representantes (delegados) para construir um COMANDO GERAL DE MOBILIZAÇÃO, democrático e sob controle das bases!

E é preciso defender a liberdade e o direito de manifestação e expressão políticas de todos os agrupamentos, correntes e partidos que se reivindiquem do movimento. Não é admissível que se pretenda impedir o direito de comparecer com as camisetas, bandeiras e faixas dos partidos. O movimento só poderá avançar cada vez mais se for democrático e tiver LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO E EXPRESSÃO!

Defender o movimento do ataques dos governos

Alckmin e Haddad justificaram os ataques da tropa de choque como resposta ao vandalismo. Mas a afluência de milhares e milhares de jovens e populares nas ruas derrubou essa falsificação. O ódio de grupos desfechado contra patrimônios que representam o capitalismo e as instituições políticas da burguesia não foi obra das massas, que usaram o método coletivo de bloqueio de ruas, marchas, cerco aos órgãos do governos, etc. Está aí por que o movimento não assimilou as formas estranhas à luta coletiva e também combateu toda forma de intervenção policial. Agora, o governo e a polícia estão rastreando aqueles que foram taxados indevidamente de vândalos. Rechaçamos qualquer perseguição e punição àqueles que estiveram junto ao movimento.

Mesmo sem nenhum pretexto, no dia 13/06, a repressão foi endurecida brutalmente, com o uso das balas de borracha letais, gás, bombas e prisões de centenas. A tentativa do governo autoritário de Alckmin de tentar dispersar o movimento através do terror, no que foi ajudado pela imprensa burguesa mais reacionária (Globo, Estadão, Veja), se virou contra seus propósitos. A solidariedade aos reprimidos e a ânsia de protestar contra a alta dos preços protegida pelos governos levou centenas de milhares às ruas.

Se o discurso dos governos e de uma parte da imprensa mudou, a repressão ainda tem acontecido geralmente ao final das manifestações. A intransigência dos governos pode levá-los a se voltar à agressão aos manifestantes. É preciso defender FIM DA POLÍCIA NAS RUAS PARA CONTROLAR O MOVIMENTO! NENHUMA PUNIÇÃO/REPRESSÃO AOS MANIFESTANTES!

É tarefa do movimento manter-se em pé. Trabalhar por: 1. Politizar a juventude com bandeiras claras de luta; 2.conquistar a coesão política do movimento sob uma direção revolucionária; 3. responsabilizar o governo pela repressão; 4. defender o direito democrático de todas as correntes que se reivindicam do movimento e que o organizam a levantarem suas bandeiras

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