quarta-feira, 19 de junho de 2013

Assembleia geral da USP: Paralisar as aulas para que todos possam ir às manifestações!

Movimento pela redução das tarifas leva meio milhão às ruas pelo Brasil

Manter os bloqueios das avenidas até a redução das tarifas!

Levantar as bandeiras de estatização sem indenização da rede privada de transporte e do salário mínimo vital (pelo menos 4 mil reais) reajustado automaticamente de acordo com a inflação!

Assembleias nos locais de estudo e trabalho! Construir um comando de luta e democrático a partir das assembleias de base! Paralisar as aulas para que todos possam ir às manifestações! Total liberdade de manifestação e expressão políticas!

O movimento pela redução das tarifas ganhou ampla adesão da população. A opressão causada pela carestia geral e principalmente nos gêneros de primeira necessidade criou as condições para uma insatisfação geral, que foi detonada pelo aumento nacional das tarifas do transporte. A ausência de uma direção política organizada e enraizada que pudesse dar expressão consciente a essa insatisfação levou a que se manifestasse das mais diversas formas, e com a adesão dos mais diversos setores.

Constituída fundamentalmente pela juventude, que é o setor mais atingido pelo aumento das tarifas, o movimento se expandiu. As quebras de vidraças e pichações, ações de pequenos grupos organizados que vêem nas atitudes individuais à margem das massas o canal de expressão, foram usados como pretexto pelos governos do PT e PSDB para uma dura repressão sobre as manifestações, que na sua grande maioria são pacíficas e pacifistas. Mesmo sem nenhum pretexto, a repressão foi endurecida brutalmente, com o uso das balas de borracha letais, gás, bombas e prisões de centenas. A tentativa do governo fascistóide de Alckmin de tentar dispersar o movimento através do terror, no que foi ajudado pela imprensa burguesa mais reacionária (Globo, Estadão, Veja), se virou contra seus propósitos. A solidariedade aos reprimidos e a ânsia de protestar contra a alta dos preços protegida pelos governos levou centenas de milhares às ruas. Os governos do PT e PSDB, intransigentes quanto à revogação do aumento da tarifa, foram colocados contra a parede. Não será possível manter a intransigência diante dos protestos multitudinários diários.

Coloca-se a discussão do que farão. Fiéis protetores dos interesses dos capitalistas, seus cães de guarda do PT e PSDB apresentam que o custo da redução da tarifa tem de cair sobre as mesmas massas que estão nas ruas. Ora propõem taxar o combustível (que levaria a um aumento geral de preços), ora propõem aumentar o IPTU e taxar até os mais pobres, que são isentos, ora propõem compensar as empresas com mais subsídios, que viriam do corte de outros serviços sociais. Sagrado para esses crápulas, o lucro dos empresários dos transportes não é tocado.

E aí está uma das limitações do Movimento Passe Livre. Ao reivindicar imediatamente a redução da tarifa e estrategicamente a gratuidade sem atacar a propriedade privada da rede de transporte, acabam deixando aberto o caminho para que capitalistas e seus governos busquem reacomodar os gastos de forma a despejar os custos sobre os assalariados. Não, o caminho tem de apontar que os capitalistas já lucraram demais, cabe a expropriação da rede privada e controle coletivo dos transportes por quem trabalha e usa. Essa bandeira, da estatização sem indenização, e controle soberano pela maioria, põe fim ao parasitismo capitalista sobre o direito e a necessidade de se locomover. É o caminho que permite baixar ou suprimir a tarifa penalizando os capitalistas, sem despejar seus custos sobre os assalariados.

E cabe também a defesa das condições de vida das massas. A resposta à carestia generalizada é a defesa de um salário mínimo vital (pelo menos 4 mil reais), que corresponda de fato às necessidades de uma família trabalhadora, e que seja reajustado automaticamente de acordo com os preços. A bandeira do salário mínimo vital responde às necessidades de sobrevivência da maioria oprimida, é uma bandeira geral que pode trazer a classe operária em massa para o movimento, projetando-o contra os capitalistas e seus governos, a partir da defesa imediata de suas condições de vida. A participação massiva da classe operária eleva o movimento qualitativamente para um patamar superior, porque coloca a possibilidade de atingir a produção, coração do capitalismo.

A democracia do movimento e a liberdade de manifestação

O movimento explodiu massivamente sem uma direção política organizada. O MPL tem discutido encaminhamentos por cima dos manifestantes com dirigentes do PSTU e PSol. Essa é uma forma burocrática de encaminhar as coisas. É preciso que o movimento expresse sua organização, suas bandeiras e seus métodos de luta a partir dos locais de estudo, trabalho e moradia. Convocar as assembleias gerais de base, discutir e encaminhar propostas, eleger representantes (delegados de base), constituir assim um amplo comando geral da mobilização, de forma a que a direção corresponda às amplas massas que estão nas ruas.

Repressão: Policia atira contra manifestação pacífica

E defender a mais ampla liberdade de manifestação e expressão. Há grupos dentro do movimento que têm condenado e até reprimido a manifestação política partidária, afirmando que estão lutando contra o aparelhamento do movimento. O direito e liberdade de manifestação e expressão deve ser garantido a todas as correntes e agrupamentos que se reivindicam do movimento. Os excessos são controlados coletivamente pelos manifestantes. A intimidação dos militantes que portam bandeiras e faixas serve à politicagem da burguesia, que tem nas suas mãos os instrumentos para levar às massas a sua propaganda enganosa, inclusive defendendo políticas opostas às das manifestações. Participar dos protestos com camisetas, bandeiras e faixas é parte da democracia e da liberdade de manifestação e expressão e deve ser defendida por todos.

Movimento na USP tem de se organizar

Passeata toma por completo avenida importante de São Paulo

Muitos estudantes que participam dos protestos são estudantes da USP. Mas até agora não houve uma intervenção organizada. A direção do DCE se opôs na última assembleia a paralisar as aulas para ir aos protestos. E também se opôs a uma nova assembleia geral, que ocorrendo no dia 12/06 poderia ter ajudado na organização de uma atuação maior e melhor.

A assembleia de 19/06 deve corrigir isso. Devemos aprovar a paralisação das aulas nos dias de protesto, de forma a garantir a maior adesão possível de estudantes, professores e funcionários nos atos. Fazer faixas da USP, levantando a defesa do movimento contra a repressão, a qual sofremos há meses por meio da ação da polícia e perseguição política judicial. Apoiar o movimento e ajudar a levá-lo adiante, empunhando a bandeira de expropriação da rede privada com controle coletivo, e salário mínimo vital reajustado automaticamente. Defender a democracia do movimento e a liberdade de manifestação e expressão, que são princípios que defendemos historicamente.

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