sexta-feira, 6 de julho de 2012

À assembleia da Unifesp Guarulhos

Reitoria não atendeu a pauta de reivindicação
Reabertura imediata do campus da EFLCH!
Fim de todos os processos políticos e da sindicância!

    Há 106 dias lutamos por uma pauta de reivindicações em defesa da universidade pública e de melhores condições de estudo. Nas reuniões da Comissão de Negociação dos dias 27 de junho e do dia 02 de julho, a Reitoria não atendeu à pauta reivindicatória de infra-estrutura, acesso, permanência e fim da repressão ao movimento estudantil, com a extinção de processos e da sindicância em curso.
    O que se tem de concreto é o convênio com a Ponte Orca para transporte universitário, porém ainda não é a reivindicação de transporte público realizada pelos estudantes para que a população também tenha acesso. A intenção da Reitoria e governo é dar um caráter privado a este tipo de transporte com o uso exclusivo pelos estudantes, mesmo sabendo que os micro-ônibus saindo a cada 8 minutos farão o percurso em diversos horários vazios se se restringirem aos estudantes. Existe também demanda por transporte para o bairro dos Pimentas, não tendo sentido o acesso à Ponte Orca restrito à comunidade da UNIFESP.
    Segundo o Reitor, o terreno para moradia estudantil será desapropriado até o dia 25 de julho, data limite para participação da EFLCH no concurso de moradias universitárias. A solução emergencial e mais adequada encontrada para o bandejão foi de ter um prédio de alvenaria feito com estrutura pré-fabricada. No entanto, a PRAE levará esta proposta para o Reitor Albertoni. A pauta de reivindicação ainda não foi atendida, a Reitoria tenta resolver a crise criando comissões de acompanhamento. Não podemos voltar às aulas sem o atendimento das reivindicações, sem que o campus esteja realmente funcionando e os problemas cotidianos estejam resolvidos.
    O Reitor se mantém intransigente, inclusive com a ameaça de encerrar as negociações. Não marcou a próxima reunião e afirmou, ainda, que marcará uma próxima se ele julgar necessária. Os estudantes cederam três vezes indo a São Paulo, e Albertoni não veio nenhuma vez a Guarulhos.

    Unidade da luta para derrotar a burocracia e o governo federal

    Nós, estudantes da Unifesp de Guarulhos, que somos a ponta de lança do movimento das federais, devemos tomar a frente do Comando Nacional de Greve estudantil e impulsionar a unidade grevista dos estudantes. A ANEL, que se coloca como direção desse comando, impõe a defesa dos “10% do PIB já”. Essa bandeira é distracionista e não expressão do movimento real de choque com a política de privatização do ensino público e favorecimento dos capitalistas da educação.
    É necessário buscar também a unidade na luta com os professores e com os técnicos administrativos que também estão em greve, organizando um calendário de manifestações e atos conjuntos das três categorias, convocando a classe operária e demais assalariados a comparecerem nesses atos e unir forças contra a mercantilização do ensino.
    O movimento deve levar consigo à mesa de negociação a força das massas nas ruas, erguendo alto a bandeira de defesa do fim do ensino privado, responsável pela profunda precarização das universidades públicas. Somente assim combateremos a intransigência, manifesta pela burocracia acadêmica e pelo governo federal em atender as reivindicações do movimento dos estudantes, professores e técnicos administrativos.

    Reitor reafirma que haverá punição aos estudantes

    Em reunião do dia 27, Albertoni confirmou a entrevista do Jornal Folha de SP, reafirmando que haverá punição aos estudantes em greve. Punir os estudantes é criminalizar o movimento estudantil contra o direito de greve e de manifestação. O Reitor manteve a Comissão de Sindicância, mesmo a PRAE e o CAE não a aceitando. Explicita, assim, sua postura autoritária e antidemocrática contra os estudantes que há mais de três meses defendem o ensino público e gratuito.
    A repressão é própria do Estado burguês, que usa da violência reacionária para impor sua ditadura de classe, para impor o poder de uma minoria sobre a maioria. É o que temos visto ser despejado contra as greves (repressão e lei antigreve), contra os sem-terra (assassinatos) e contra os sem-teto (despejos bárbaros). A burocracia universitária utiliza dessa violência para manter-se como casta dominante dentro da universidade. Essa casta expressa o poder dos governos e poder econômico sobre a universidade. Como minoria, só podem impor suas medidas de forma autoritária, antidemocrática. Dessa forma, não existe uma real autonomia universitária, pois os governos e o poder econômico manejam a universidade através da casta burocrática autoritária. Só pode haver de fato democracia universitária sob a real autonomia universitária, ou seja, através do controle coletivo da universidade pelos que estudam e trabalham. Esse controle e essa autonomia se concretizam na soberania da assembleia geral universitária, com voto universal.
    Nós, estudantes da Unifesp de Guarulhos, ao defendermos nossa universidade, nos colocamos contra os interesses e o poder dessa minoria, que responde nos tirando o semestre, atirando balas de borrachas contra nós, nos prendendo e processando. O controle da universidade deve ser arrancado das mãos dessa minoria que a destrói, sendo a repressão aos lutadores parte dessa ofensiva reacionária. Aqueles que estudam e trabalham devem tomar para si o controle da universidade.
    Exigir:
    1) Reabertura imediata do campus!
    2) Atendimento imediato da pauta de reivindicação!
    3) Fim de todos os processos políticos e sindicâncias contra os estudantes. Extinção da comissão de sindicância.

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