quinta-feira, 12 de julho de 2012

À assembleia da UNIFESP-Diadema

Unidade dos três setores para vencer a intransigência do governo federal

    O governo federal se mostra intransigente em atender a pauta do movimento grevista dos estudantes, professores e técnico-administrativos. Anunciou que não terá reajuste salarial e que o plano de carreira aos docentes será implementado somente em 2013, com a proposta do governo anunciada até 31 de agosto. Somando a isso, o governo vem ameaçando com corte de ponto dos docentes que se mantiverem em greve. Quanto ao profundo sucateamento das universidades federais, o ministro da educação, Aloísio Mercadante (PT), afirma que os problemas enfrentados pelas universidades devem-se à atual fase de crescimento e “por isso são comparáveis à dor do parto”.
    O Reuni é parte da política de privatização e sucateamento das universidades públicas. A “dor do parto” de Aloísio Mercadante não é uma fase temporária, é um processo de beneficiamento dos capitalistas de ensino que acabam de ganhar a bagatela de 17 bilhões em perdão de dívidas. Os 10 anos do governo do PT mostram sua incapacidade em cumprir com as tarefas democráticas de educação, moradia, saúde, e no atual quadro de crise do capitalismo, em que o Brasil vem sentido mais intensamente seus efeitos; vide o freio no setor industrial, só em São Paulo houve um recuo de 3,2 % no emprego, influenciando significativamente nos postos de trabalho na indústria no país, que apresenta uma queda de 1,7%; o governo não atende às reivindicações do movimento e subsidia o grande capital.
    Somente as massas nas ruas terão a força que dobrará o governo federal, e os estudantes são a força social capaz de projetar a defesa da universidade pública aos demais assalariados. Mas para isso aqueles que estão na linha de frente do movimento devem se colocar pela defesa da unidade entre os que estudam e trabalham, através da assembleia dos três setores, para decidir a pauta única, que de fato unifique a todos sem submeter um setor pelo outro, e ações unitárias com força para derrotar o governo e as reitorias. É necessário tirar um calendário unificado de luta, um ato para o começo de agosto, que concretize a unidade dos três setores e supere as tendências de direções corporativistas em conciliar com o governo.
    O Comando Nacional de Greve dos Estudantes, dirigido pela Anel, tem procurado impor ao movimento a bandeira distracionista dos 10% do PIB para a educação já. A nossa luta é contra a política privatista do governo. Não se trata de uma questão de mero financiamento. Essa reivindicação não resolverá o problema da grande maioria (85%) que está fora do ensino superior, dominado pelo setor privado. A defesa da universidade pública para todos passa pela luta pelo fim do ensino privado (estatização sem indenização da rede privada e controle coletivo por quem estuda e trabalha).

Unifesp Guarulhos

    O governo se mantém intransigente não abrindo negociação com docentes e estudantes em greve. Contudo, o que está em jogo não é a negociação, e sim o atendimento da pauta de reivindicação.
    Na maioria das universidades federais, a infraestrutura é inadequada, e a permanência estudantil não foi garantida pela expansão sem verbas do Reuni.
    Os estudantes do campus Guarulhos, em greve há 113 dias em defesa do ensino público, enfrentam processos políticos desde 2008, somam-se os processos de 2012, parte da perseguição política em curso. O reitor Albertoni criou a comissão de sindicância e afirmou que punirá os estudantes.
    O movimento unificado deve ter como prioridade o fim dos processos políticos, fim das punições aos estudantes. Não podemos trocar concessões das reitorias e do governo de qualquer natureza pelas cabeças dos companheiros.

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