segunda-feira, 23 de julho de 2012

Ao 33º Encontro Nacional de Estudantes de Letras

Fim dos processos políticos aos estudantes da UNIFESP Guarulhos!
Fora a PM das universidades!

    Os estudantes da UNIFESP Guarulhos estão em greve numa forte luta em defesa do ensino público. Desde 22 de março, início da paralisação, a burocracia universitária e o governo têm reprimido a luta política com ameaças, prisões e processos. No entanto, o movimento estudantil mostra resistência à precarização da Universidade imposta pelo REUNI que fez a expansão universitária em 2007 sem verbas suficientes para garantir a infraestrutura universitária e a permanência.
    A Polícia Militar foi acionada pela Diretoria Acadêmica e Reitoria diversas vezes: na primeira ocupação, na segunda ocupação com a entrada da tropa de choque e da Polícia Federal. No dia 14 de junho, a PM invadiu o campus usando balas de borracha, bombas de efeito moral e bateu nos manifestantes.
    Um acordo entre a universidade e polícia foi estabelecido para reprimir os estudantes grevistas que estão sendo acusados por constrangimento ilegal, pichação e depredação do patrimônio público. Ocorre a ingerência direta do estado sobre a universidade, ferindo a autonomia universitária. Todas as acusações falsas têm como objetivo criminalizar o movimento estudantil, que luta por uma verdadeira universidade, a atual caricatura sequer tem salas para realização das aulas.
    O reitor Walter Manna Albertoni declarou publicamente que punirá os estudantes. Para isso, criou a Comissão de Sindicância indicando todos os membros para constituí-la. Mesmo que grande parte da comunidade universitária tenha rechaçado algum tipo de retaliação, a Reitoria e governo mantêm os processos políticos contras os lutadores. São 48 estudantes processados em 2008, 46 do dia 06 de junho da segunda ocupação e mais 26 do dia 14 de junho.
    Convocamos o movimento estudantil nacional a lutar contra a repressão aos estudantes da Unifesp Guarulhos. A punição aos militantes pode significar uma derrota para o M.E. brasileiro. A cada dia que passa, o governo e a burguesia aumentam a opressão de classe, reprimem também os movimentos sociais, a exemplo da expulsão e processos aos estudantes da USP, a violência do Estado em Pinheirinho, em São José dos Campos, e os ataques às greves das obras do PAC.
    Estudantes presentes ao 33º ENEL, é nossa tarefa fortalecer a luta em defesa do ensino público e nos colocarmos contra a perseguição política defendendo a liberdade de manifestação contra a presença da PM nas universidades, o autoritarismo e as políticas privatistas da burguesia e dos governos.

Proposta do governo é reprovada pelos professores.
É necessário avançar na mobilização e radicalizar nos métodos de luta!

    A maioria dos professores das universidades federais rejeitou a proposta do governo, uma vez que simplesmente não atende às reivindicações de melhoria nas condições de ensino e pesquisa, aprofunda a precarização da carreira docente e sequer repõe as perdas inflacionárias do período 2010-2015. O ministro da Educação, Aloízio Mercadante (PT), no entanto, já adiantou à imprensa que o governo não tem margem orçamentária para negociar algo a mais com os grevistas. Ou seja, tudo indica que manterá na reunião do dia 23/07 a mesma intransigência demonstrada até agora.
    A greve tem grande adesão em todo o país, com a adesão de estudantes e técnicos-administrativos ocorrendo ao mesmo tempo. O método grevista tem sido fundamental para projetar a luta, embora ainda inexista uma unificação real, além de se colocar como necessidade o avanço na radicalização do movimento para quebrar a linha dura do governo petista. Passos importantes foram dados nesse sentido, como se deu com as ocupações de reitorias nas últimas semanas. Contudo, tal saída não pôde se generalizar devido ao freio das direções, especialmente dos estudantes, como a UNE, que se nega a enfrentar de forma contundente o governo que defende.
    Cumpre ainda destacar a importância de defender os setores estudantis que se lançam com heroísmo em defesa de suas reivindicações, em especial os companheiros da Unifesp-Guarulhos, que enfrentam a mesma intransigência que emana do governo federal, além de estarem sofrendo uma dura repressão, com a ameaça concreta de várias expulsões. Cabe a defesa dos camaradas com uma grande campanha contra a repressão, mas sem dúvida o essencial está na necessidade de o movimento avançar nacionalmente e radicalizar ainda mais nos métodos de luta.

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