quinta-feira, 1 de abril de 2010



Reforma do CB: não aceitar as

propostas da burocracia dirigente!

Por uma posição independente dos estudantes!

A Coordenação de Cursos (CoC) do Ciclo Básico da EACH está propondo uma reestruturação curricular. A reestruturação é apresentada pelos dirigentes da EACH em função da atual crise por que passa a unidade, com redução do interesse pelas vagas oferecidas, aumento da evasão, questionamento dos currículos dos cursos criados etc. Mas o que move de fato a reestruturação são outros interesses (quantidade de aulas dadas por semestre, número de créditos por disciplina etc.), que afetam os estudantes e suas vidas escolares. Existem duas propostas em discussão pela CoC. São duas propostas elaboradas sem a participação ou discussão dos estudantes e a decisão será tomada até o dia 13 de maio. Se os estudantes se limitarem a discutir só essas duas propostas, se tornam mero instrumento da disputa entre os grupos de dirigentes que as elaboraram, e nenhuma das duas será capaz de refletir as reais necessidades de quem estuda.

A reestruturação do CB, proposta pelos membros da COC, em resumo, é a seguinte:

Proposta 1: (manutenção)

- disciplinas gerais (DG) com 2 créditos;

- disciplinas gerais obrigatórias;

- todas as disciplinas oferecidas tanto no primeiro como no segundo semestres letivos;

- Estudos Diversificados (ED) continua sendo oferecida.

Proposta 2:

- disciplinas gerais (DG) com 4 créditos;

- disciplinas gerais optativas;

- três disciplinas gerais oferecidas a cada semestre;

- ED não será oferecido.

A proposta um é a que é colocada pela manutenção da atual estrutura do CB. E a proposta dois é a que distribui as disciplinas do CB no decorrer dos anos do curso.

A manutenção (proposta um) significa manter o projeto criado pela EACH, que é de uma formação geral chamada de interdisciplinar e toda aquela conversa de uma unidade diferente...

Uma das razões apontadas para a verticalização do CB (proposta 2) se fundamenta “tratando de problemas de implicações pedagógicas”. Mas o que se vê de fato na proposta é que ela é motivada por questões estruturais, como a insuficiência de professores (grande parte dos professores não suporta dar aula, seu único interesse é nas pesquisas). A falta de professores para ministrar as disciplinas do CB é um dos motores da possível reestruturação. Ela conduz ao menor número de turmas e de aulas para os professores. Ou seja, faz de fato uma adaptação dos currículos e cursos à limitação do número de professores. Ao invés de pressionar a burocracia dirigente da USP por mais docentes, busca-se ajustar a vida dos que estudam e trabalham ao sucateamento da educação, submetendo-os a ela.

A verdade é que as frações da burocracia dirigente da EACH procuram ocultar que o CB implantado na unidade é um fracasso, e que não é nenhum pouco interdisciplinar, que causa evasão, desmotivação, é muito superficial, não está ligado às necessidades reais dos que estudam e trabalham na EACH.

A interdisciplinaridade pressupõe a liberdade do estudante em transitar pelas disciplinas de outros cursos para ampliar sua formação. Isso não existe. Os ciclos básicos, na prática, funcionam como meio de formar grandes turmas com poucos professores, com disciplinas genéricas (que possam ser ministradas por docentes de áreas diferentes). Ou seja, com menos professores e menos aulas se atingem mais estudantes. É a aplicação de uma visão de produtividade que não tem nada a ver com a universidade.

E os estudantes? Qual a posição dos estudantes perante a reestruturação do CB?

Não podemos aceitar essa verticalização de cima pra baixo, sem ampla discussão entre os estudantes. A reestruturação é um problema coletivo entre os estudantes, e deve ser solucionada coletivamente através de assembleias.

Já ocorreram reuniões de representantes de curso para debater o problema. Haverá uma nova reunião, convocada por uma representante discente na CoC, na próxima terça-feira (20/04), para isso. Essas reuniões podem ajudar a estudar a questão e aprofundar o debate. Mas elas sozinhas não têm a força capaz de pressionar os dirigentes da EACH e da USP para que atendam às demandas dos estudantes. O meio de ganhar a força necessária para isso é a mobilização, a ação coletiva. É por isso que é preciso convocar amplamente uma assembleia geral de estudantes da EACH para discutir e decidir o que fazer. A assembleia é o meio para isso porque ela não só discute e toma posições de forma democrática, mas porque ela coloca as próprias decisões em prática, coletivamente.

A Corrente Proletária apoia a iniciativa de convocar uma reunião urgente para debater esse problema. Mas aponta a necessidade de avançar para uma assembleia geral e para a mobilização coletiva.

Reunião para discutir a reforma do CB:

Data: terça-feira, dia 20 de abril de 2010

Hora: 12h15 e 18h00

Local: espaço dos estudantes.


- Pela rejeição das propostas de CB da burocracia dirigente!

- Mudanças no currículo, amplamente discutidas e decididas pelos estudantes!

- Interdisciplinaridade de fato: liberdade de se matricular e cursar disciplinas de áreas diferentes

- Redução do número de alunos por sala (25 no máximo)

- Contratação de todos os professores e funcionários necessários ao funcionamento dos cursos. Construção de estrutura física adequada à quantidade de estudantes (inclusive de laboratórios, bandejão, bibliotecas etc.)

- Convocar uma assembléia geral de estudantes da EACH para debater o CB e definir as ações que levem à conquista das reivindicações


Nenhum comentário:

Postar um comentário